Criada com o objectivo de ajudar a banca a resolver a questão do crédito malparado e devolver à economia nacional os activos até agora paralisados, a instituição não tranquiliza os especialistas, que temem os efeitos adversos que poderá vir a desencadear já que o investimento do Estado foi avultado e pode vir a não ser recuperado.
Para recuperar o crédito malparado dos bancos nacionais, o Estado angolano criou a Recredit - Gestão de Activos S.A., uma sociedade de direito privado, anónima e de capitais públicos, constituída a 4 de Agosto de 2016, e capitalizada com 400 mil milhões de Kwanzas para negociar com a banca angolana a aquisição do crédito malparado. Foi recentemente, durante uma conferência promovida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) sobre “A regulação e supervisão bancária: experiências e desafios”, que o governador do banco nacional, Walter Filipe da Silva, revelou que a banca angolana registou, em 2016, um crédito malparado calculado em 639 milhões e 71 mil kwanzas que representa cerca de 17,66% do total do crédito concedido à economia em 2016 (três biliões, 619 milhões e 771 mil de kwanzas).
Em termos de adequação de capital, disse Walter Filipe, o sistema financeiro angolano apresentava um rácio de solvabilidade regulamentar de cerca de 19,74%, adiantando igualmente que o volume de negócios (activos), no período em referência, atingiu os 10 biliões, 109 milhões e 696 mil e que a taxa de bancarização, em Dezembro de 2016, se situava nos 52,92%. (Leia o texto na íntegra, edição de Agosto de 2017)