Os últimos acontecimentos no Leste da República Democrática do Congo (RDC) ilustram a predisposição do grupo insurgente M23 de continuar a guerra, razão pela qual Angola retirou daquela região os membros das duas entidades incumbidas de apoiar o processo de pacificação.
Angola participa do Mecanismo Ad-hoc de Verificação Reforçado (MARV) e do Mecanismo Conjunto de Verificação Alargado (MCVA) com 22 membros. Mas por insegurança, alegou o Ministério das Relações Exteriores, o contingente viu-se obrigado a abandonar Goma, província do Kivu Norte.
A situação no Leste da RDC ganhou contornos periclitantes após o grupo insurgente 23 de Março (M23), suportado pelo Exército do Ruanda, tomar (por via da força) Goma, principal cidade daquela região rica em minerais.
O movimento bélico do M23 contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) em Goma também obrigou a Organização das Nações Unidas (ONU) a retirar os funcionários estacionados na região por falta de segurança, agravando o pânico entre populares no Kivu Norte.
Apesar do recrudescimento do conflito armado, o presidente do Quénia, William Ruto, solicitou uma reunião de emergência com os homólogos da RDC (Felix Tshisekedi) e do Ruanda (Paul Kagame) para pôr fim às investidas do M23, assim como encorajar os contendores a primar pelo diálogo.
“Discuti a realização da reunião na quarta-feira com o Presidente (ruandês), Paul Kagame, e com o Presidente (da RDC), Felix Tshisekedi e ambos confirmaram a participação”, afirmou à imprensa internacional William Ruto.
O governo da RDC acusou recentemente, no Conselho de Segurança da ONU, o Ruanda de apoiar o M23. França, Estados Unidos da América e Reino Unido confirmaram o envolvimento ruandês no conflito para se apoderar das zonas mineras do país vizinho.