A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a TotalEnergies Angola deram início, nesta segunda-feira, dia 14, na cidade de Nantong, na China, aos trabalhos de conversão da futura unidade flutuante de produção de petróleo bruto, FPSO Kaminho.
Este é “um marco significativo” para um projecto pioneiro que representa o primeiro desenvolvimento na nova Bacia do Kwanza, uma nova fronteira de petróleo e gás para Angola, no ano em que se celebram os 50 anos da Independência Nacional, realça uma nota da ANPG.
O início da conversão do petroleiro para a futura FPSO foi marcado por uma cerimónia especial, presidida pela administradora Executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Ana Miala, em representação do PCE da instituição, Paulino Jerónimo.
As primeiras etapas de conversão incluem os desmantelamentos de partes da estrutura, que serão realizados pelo estaleiro da empresa CMHI (China Merchants Heavy Industry), sob a supervisão do principal empreiteiro, a Saipem, refere o comunicado chegado à redacção da E&M.
Com início de produção programado para 2028, a FPSO Kaminho será ligada a uma rede submarina que vai produzir as descobertas dos campos de Cameia e Golfinho, com uma produção esperada de cerca de 70.000 barris de petróleo/dia, sendo o valor de investimento orçado em 6 mil milhões de dólares.
A administradora Executiva da ANPG sublinhou que Kaminho, com capacidade de armazenar cerca de 1 milhão e seiscentos mil barris de óleo, será a segunda unidade flutuante de motor híbrido em Angola, reforçando a capacidade de produção e consolidando a visão estratégica de garantir a continuidade da actividade petrolífera no País.
“Asseguramos, assim, o primeiro desenvolvimento na Bacia Marítima do Kwanza, enquanto investimos na modernização da nossa indústria e na qualificação contínua do capital humano”, salientou Ana Miala, citada no documento.
Presente na cerimónia, o PCA da Sonangol, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins, explicou que o projecto representa a colaboração entre as entidades do Estado e os parceiros do Bloco 20/11.
Informou que a fabricação de diversos equipamentos será feita no País, com especial atenção ao conteúdo local, onde cerca de 40 milhões de horas-homem serão preparadas, envolvendo diversos estaleiros nacionais para a entrega de diversos equipamentos.
“Um novo empreendimento significa pelo menos 20 anos de oportunidades de negócios para os prestadores de serviços locais, o que é muito positivo. Auguramos que este investimento abra caminho para novas geografias e traga mais investimentos nesta nova bacia”, acrescentou Pai Querido.
Já Martin Deffontaines, director Geral e Country Manager da TotalEnergies Angola, realçou que a FPSO KAMINHO é a 7.ª FPSO da TotalEnergies em Angola, e “recorre à mais recente tecnologia de ponta” para se adequar ao portfólio de produção com baixas emissões da companhia.
“Somos o maior produtor em Angola e um parceiro de longa data, e, neste ano especial, em que Angola celebra os seus 50 anos de Independência, reforçamos o nosso compromisso em continuar a contribuir para a manutenção da produção do País e apoiamos o cumprimento dos seus objectivos de desenvolvimento sustentável”, assinalou.
Kaminho será totalmente eléctrica, equipada com a tecnologia mais avançada para optimizar as operações, o consumo de energia e a redução de emissões, e possui um sistema avançado de geração de energia centralizada, sublinha o comunicado da ANPG.
Localizado na Bacia do Kwanza, a cerca de 150 quilómetros a Sudoeste de Luanda com profundidades de água que variam entre os 300 e os 2.000 metros, o Bloco 20/11 é operado pela TotalEnergies Angola que detém 40% de participação, em parceria com a Petronas Angola E&P LTD (40%) e a Sonangol Pesquisa e Produção (20%).