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As consequências das privatizações

Adão Gil
14/2/2019
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Foto:
Carlos Aguiar e D.R

Alguns anos antes da independência, a economia angolana caracterizava-se por ter um sector agrícola eficiente e suficiente não só para satisfazer as necessidades internas, mas também para exportar.

O quadro mudou drasticamente depois de 1975 e muitos projectos faliram. Mas o que podemos esperar do processo
 de privatizações em curso?

Com o Estado a assumir as unidades industriais abandonadas pelos respectivos proprietários, das 692 empresas inquiridas em 1976, apenas 284 funcionavam com as antigas administrações. “Como não havia uma classe empresarial nacional também não havia gestores privados devidamente capacitados, pelo que o resultado foi deficiente”, escreve o economista Redento Maia, em “A Privatização da Indústria de Angola”, trabalho publicado em 1997 e que resultou da sua tese de doutoramento. Em 2019, 22 anos depois, o professor universitário e decano da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN) mantém a 
mesma opinião e vai mais longe: “Com
 a transição para a economia de mercado, notam-se privatizações mal feitas. 
O que se verifica é que há outra vez ineficiência, avalia hoje, avançando factores como a falta de recursos financeiros e ausência de cultura empresarial.

Agora, até Outubro de 2021, o Estado pretende privatizar integral ou parcialmente 74 empresas, depois de já ter privatizado, até 2009, um total de 461 das suas antigas Unidades Económicas Estatais (UEE), arrecadando 232 milhões de dólares. A primeira das três fases do processo de privatização arranca já este ano, tão logo a Lei das Privatizações seja submetida à aprovação final e entre em vigor.

Leia mais na edição de Fevereiro de 2019

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