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Banco central do Zimbabwe mantém taxa de juro mais elevada de África

Sebastião Garricha
5/12/2024
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Foto:
DR

Citado pelo DE, governador do banco central do Zimbabwe avisa que a política monetária restritiva do país deverá se manter até 2025.

O banco central do Zimbabwe decidiu manter a taxa de juro mais elevada de África, fixando-a em 35%, com o objectivo de conter as expectativas inflacionárias e garantir a estabilidade da economia. 

A medida foi tomada na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Reserva do Zimbabwe (RBZ, na sigla em inglês), que manteve os custos dos empréstimos, reafirmando a sua posição “hawkish” para controlar a inflação. 

De acordo com notícia publicada nesta quarta-feira, 4 de Dezembro, pelo Diário Económico (DE), esta política tem apoiado o ZiG, moeda local do Zimbabwe, que é lastreado em ouro. 

Em Novembro, por exemplo, o ZiG registou uma valorização de 12,7% em relação ao dólar americano, marcando o melhor mês desde que uma desvalorização de choque em Setembro fez com que a moeda perdesse 43% do seu valor. 

O DE diz que a desvalorização afectou directamente as receitas públicas e os rendimentos dos trabalhadores, além de ter provocado uma inflação mensal de dois dígitos pela primeira vez desde o lançamento da moeda em Abril.

Citado na notícia, Mushayavanhu explicou que a desvalorização do ZiG, ocorrida em Setembro, foi responsável pelo aumento da inflação, que subiu para 37,2% em Outubro. 

“O aumento da inflação mensal em Outubro reflectiu a desvalorização pontual do ZiG face ao dólar americano em Setembro de 2024”, acrescentou o governador do banco central.

A moeda ZiG, lançada em Abril de 2024, é a sexta tentativa do Zimbabwe de criar uma moeda local funcional nos últimos 15 anos. Embora tenha enfrentado desafios, a unidade monetária registou uma recuperação devido à política de juros restritiva adoptada pelo Governo.

Por outro lado, o ministro das Finanças, Mthuli Ncube, anunciou que as autoridades fiscais do Zimbabwe prevêem uma inflação média mensal inferior a 3% para o próximo ano. No entanto, os analistas da britânica Oxford Economics consideram esta previsão excessivamente optimista.