O banco central do Zimbabwe decidiu manter a taxa de juro mais elevada de África, fixando-a em 35%, com o objectivo de conter as expectativas inflacionárias e garantir a estabilidade da economia.
A medida foi tomada na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Reserva do Zimbabwe (RBZ, na sigla em inglês), que manteve os custos dos empréstimos, reafirmando a sua posição “hawkish” para controlar a inflação.
De acordo com notícia publicada nesta quarta-feira, 4 de Dezembro, pelo Diário Económico (DE), esta política tem apoiado o ZiG, moeda local do Zimbabwe, que é lastreado em ouro.
Em Novembro, por exemplo, o ZiG registou uma valorização de 12,7% em relação ao dólar americano, marcando o melhor mês desde que uma desvalorização de choque em Setembro fez com que a moeda perdesse 43% do seu valor.
O DE diz que a desvalorização afectou directamente as receitas públicas e os rendimentos dos trabalhadores, além de ter provocado uma inflação mensal de dois dígitos pela primeira vez desde o lançamento da moeda em Abril.
Citado na notícia, Mushayavanhu explicou que a desvalorização do ZiG, ocorrida em Setembro, foi responsável pelo aumento da inflação, que subiu para 37,2% em Outubro.
“O aumento da inflação mensal em Outubro reflectiu a desvalorização pontual do ZiG face ao dólar americano em Setembro de 2024”, acrescentou o governador do banco central.
A moeda ZiG, lançada em Abril de 2024, é a sexta tentativa do Zimbabwe de criar uma moeda local funcional nos últimos 15 anos. Embora tenha enfrentado desafios, a unidade monetária registou uma recuperação devido à política de juros restritiva adoptada pelo Governo.
Por outro lado, o ministro das Finanças, Mthuli Ncube, anunciou que as autoridades fiscais do Zimbabwe prevêem uma inflação média mensal inferior a 3% para o próximo ano. No entanto, os analistas da britânica Oxford Economics consideram esta previsão excessivamente optimista.