A BIOCOM prevê atingir o total da capacidade instalada em 2029, informou a directora-geral adjunta da empresa, Otília Viegas, à margem do evento que marcou a assinatura do memorando de entendimento com o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), no município de Cacuso, Malanje.
Ainda assim, segundo a responsável, trabalhos estão a ser realizados a fim de antecipar a meta para 2026. “Quando a BIOCOM atingir o total da capacidade instalada a quota de mercado será de 60% do açúcar consumido em Angola, contra os 40% actuais”.
“Para atingir os 60% é preciso investimentos. O projecto assinado com o FGC é uma das vias encontrada para promover o fomento da produção local no seio das famílias, dinamizar a economia e a empregabilidade local”, disse.
Para este ano, disse, aquela empresa planificou a produção de 120 mil toneladas de cana-de-açúcar até ao final da safra que ocorre em Outubro de 2023. No ano passado foram 110 mil toneladas.
Na ocasião, o administrador municipal de Cacuso, Manuel Van-Dúnem, mostrou-se satisfeito com o memorando e considerou um ganho para a rentabilidade das famílias na localidade.
Das 60 cooperativas agrícolas existentes naquela região da província de Malanje, avançou, 26 têm intenção de cultivar de cultivar cana-de-açúcar.
Instalada no Polo Agro-industrial de Capanda, na província de Malanje, município de Cacuso, a BIOCOM tem uma capacidade instalada para produzir 2,2 milhões de toneladas de cana-de açúcar numa área de 40 mil hectares, 250 mil toneladas de açúcar cristal branco, 37 mil metros cúbicos de álcool neutro e para fornecer ao País um adicional de 136 mil megawatts de energia eléctrica limpa e renovável.
Actualmente a empresa emprega mais de 3400 colaboradores maioritariamente oriundos da província de Malanje.
O memorando foi assinado pelo Presidente do Conselho de Administração do FGC, Luzayadio Simba, e o director-geral da Biocom, Uirá Ribeiro, no dia 04 de Setembro de 2023.
BIOCOM no vermelho
De acordo com o relatório agregado do Sector Empresarial Público (SEP), a BIOCOM teve um prejuízo de 35,4 mil milhões kz, determinado pelos resultados operacionais 22,8% e financeiro 75% que responderam por 97,8% do indicador.
A BIOCOM com um peso de 93,8% e a Aldeia Nova com 5%, nas contas do sector, contribuíram negativamente para os resultados de 2022 do sector da agricultura que suplantaram o desempenho positivo da Madang, Pescangola e as Edipescas Luanda e Namibe.
Com estes resultados, a BIOCOM lidera a lista das 10 maiores empresas que estão em falência técnica e ocupa o terceiro lugar das que tiveram maiores prejuízos em 2022.