Relativamente à taxa de câmbio, em Janeiro de 2021, um dólar custava 650 Kwanzas, mas no mesmo mês do ano seguinte o custo rondava os 550 Kz, o que reflecte uma apreciação de 15% da moeda nacional face à norte-americana.
Ainda em Janeiro de 2021 a moeda da Zona Euro (euro) valia 800 Kz. Um ano depois o valor baixou para aproximadamente 25%,valendo 600 Kz. Nos doze meses passados a paridade da moeda nacional com dólar norte-amricano variou de 550 Kz a 400 kz.
Já a cotação do euro variou de 600 Kz a 540 Kz. Aliás, esta é uma tendência que se poderá manter no presente exercício económico, como afirmou o economista Daniel Sapateiro quando contactado pelo Economia & Mercado.
"A perspectiva para 2023 é de continuidade, tendo em conta a sustentabilidade e robustez da moeda nacional face ao dólar americano, euro e principalmente o rand sul-africano, na lógica de se manter um USD em torno de 504 Kz e um Euro - 540 Kz".
Heitor Carvalho, economista e director do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC), também em declarações à Economia & Mercado, considera irrelevante a análise positiva que se faz à apreciação do Kwanza por resultar da cotação do petróleo no mercado mundial por causa da guerra na Ucrânia.
Para o economista e docente universitário, a variação da moeda nacional deve sempre corresponder à variação da produtividade interna face ao exterior.
"Se perdemos produtividade face ao exterior temos de depreciar para compensar; se ganharmos podemos apreciar ou manter baixo para aumentar as exportações".
Na eventualidade de a taxa de câmbio baixar sem ser acompanhada do aumento da produtividade "a produção interna perde competitividade, as importações baixam".