Daniel Chapo afirmou, no seu discurso de empossamento, nesta quarta-feira, 15, em Maputo, que, durante a sua presidência, vai reduzir, significativamente, o Governo e combater os males sistémicos que prejudicam o desenvolvimento de Moçambique.
Atento às manifestações que assolam o país, o agora Chefe de Estado moçambicano prometeu engajar-se na promoção do diálogo para que se consiga construir um país “unido e coeso”.
“O nosso diálogo com as forças políticas será franco, honesto e sincero. A estabilidade política será sempre a nossa prioridade das prioridades”, declarou Chapo, numa cerimónia que contou com a presença de apenas dois Chefes de Estado: Cyril Ramaphosa, da África do Sul, e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau.
Em relação à corrupção, amiguismo, nepotismo, incompetência, Chapo disse que “tudo isso vai acabar”, e afirmou que vai trabalhar para reduzir os níveis de desemprego, sobretudo, a nível da juventude, e combater os raptos “que tiram a paz das famílias”.
Entre outras medidas a adoptar, o novo Presidente de Moçambique anunciou que vai reduzir o tamanho do Governo, com a eliminação de alguns Ministérios, da figura de Vice-ministros e de secretários de Estado, prometendo “um Governo menor, mas muito mais ágil e eficiente”.
Com isso, observou Daniel Chapo, o seu Executivo vai economizar milhares de meticais, que servirão para assistir a áreas fundamentais, como a educação, saúde, agricultura, água, energia e estradas.
“Vamos rever as regalias dos nossos dirigentes, as mudanças incluem congelar as viaturas protocolares do Estado, para adquirir ambulâncias e outras viaturas para servir o povo”, disse.
O político da Frelimo, país que governa Moçambique há quase 50 anos, assegurou que o seu Governo estará disposto a apertar o cinto e liderar pelo exemplo, prometendo dias melhores para trabalhadores públicos, em particular para os efectivos de base dos órgãos de defesa e segurança e médicos.
Daniel Chapo, de 48 anos, anunciou que as empresas e activos públicos que não são estratégicos serão privatizados mediante processos transparentes.
O empossamento do quinto Presidente de Moçambique foi antecedido de várias manifestações de ruas por parte dos apoiantes de Venâncio Mondlane, político que, de acordo com os dados oficiais, foi o segundo mais votado das eleições de Outubro de 2024, mas que contesta os resultados, considerando-os fraudulentos.