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Crédito malparado do BCI ‘encolhe’ de 47% para 13% na ‘era Carrinho’

Victória Maviluka
23/5/2024
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Foto:
DR

Banco aumentou, em 2023, o crédito concedido em cerca de 60 mil milhões de Kwanzas, sendo que 30 mil milhões foram dedicados a adiantamentos salariais e à economia real.

O crédito malparado do Banco de Comércio e Indústria (BCI) reduziu de 47% em 2022 - altura em que a Carrinho Empreendimentos assumiu efectivamente a gestão do banco após a compra, em 2021, ao Estado angolano - para 13% em 2023.

Questionado pela Economia & Mercado, esta semana, em Luanda, à margem do lançamento da nova marca do BCI, Jardel Duarte, administrador executivo do banco, disse que a gestão do Grupo Carrinho permitiu que, nos últimos dois anos, a instituição bancária registasse uma redução do crédito malparado de cerca de 35%.

“Nós recebemos o banco com uma taxa de incumprimento de cerca de 47% e estamos, neste momento, com 13%. Vamos continuar com a nossa estratégia ao nível de contacto com os clientes, tentar negociar aquilo que é o serviço da dívida para, obviamente, encontrarmos uma solução para ambas as partes”, reforçou.

Informou que, em 2023, em termos de crédito concedido, o BCI teve um acréscimo de cerca de 60 mil milhões de Kwanzas, sendo que 30 mil milhões foram dedicados a adiantamentos salariais e à economia real. 

“Para este ano, a perspectiva [em termos de crédito] é a mesma: crescer nestes números, na ordem dos 30%, de uma forma muito sustentável e muito rigorosa”, afirmou à E&M Jardel Duarte.

Em relação à nova marca, o administrador executivo do Banco de Comércio e Indústria disse aos jornalistas que a nova versão traz um conceito “mais positivo e adaptado” àquilo que são as novas tendências.

“Identificámos uma grande oportunidade no mercado para poder dinamizar um pouco algum sector que esteja adormecido enquanto clientes”, explicou, sublinhado a decisão de manutenção do nome do banco por “respeito à sua história”.

“Identificámos uma história muito positiva daquilo que é o seu passado, mas, também, dar aqui alguma alegria aos clientes já existentes e, assim, poder transmitir uma nova energia, porque estamos a falar de uma necessidade que o mercado tem vindo a ter desde que o BCI foi privatizado e toda a gente teve a sua expectativa criada sobre quando é que o BCI criaria a sua nova identidade”, observou.

Quanto ao processo de desvinculação de trabalhadores, Jardel Duarte referiu que é um caso “concluído de forma muito positiva, um assunto que, para nós, não tem, agora, outro motivo para ser discutido”.

“Tanto é que se falou já daquilo que é a nova abordagem sobre o mercado, que foi a contratação de mais de 330 colaboradores novos, e que estão já integrados e a trabalhar nas suas funções plenas”, asseverou.

Após o anúncio da nova marca, a empresa detentora dos direitos do Banco de Comércio e Indústria prepara, para breve, o anúncio de novas ofertas e serviços para os seus clientes: 

“Já no dia 1 de Junho, vamos chegar de uma forma muito agressiva (...) Todos irão observar aquilo que será a nova atitude do BCI sobre o mercado, pensar um bocado fora da ‘caixa’, pensar diferente, pensar como é que os clientes se sentem mais atractivos para trabalhar com este banco ou com aquele”, prometeu.