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Crise no Leste da RDC: Tshisekedi acertou com Lourenço “consultas regulares” no âmbito da UA

Victória Maviluka
26/3/2025
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Foto:
DR

João Lourenço e Félix Tshisekedi reiteraram, durante o encontro, as “boas relações” que existem entre os dois países e povos, informou o ministro angolano das Relações Exteriores.

É o primeiro encontro entre João Lourenço e Félix Tshisekedi após a decisão de Angola de retirada da mediação do conflito no Leste da República Democrática do Congo. Nesta quarta-feira, 26, os dois Chefes de Estado reuniram-se em Luanda para reafirmar a necessidade de intervenção de João Lourenço, já como presidente da União Africana (UA), na busca por uma solução para a crise no Leste da RDC.

Teté António, ministro angolano das Relações Exteriores (MIREX), explicou que, na Cidade Alta, João Lourenço e Félix Tshisekedi reiteraram, durante o encontro, as “boas relações” que existem entre os dois países e povos.

“Os dois Chefes de Estado – embora Angola já não assuma a responsabilidade da mediação – acordaram manter uma consulta regular já no âmbito da responsabilidade da República de Angola como Presidente da União Africana”, disse o diplomata.

No início desta semana, a Presidência da República anunciou, em nota, a retirada de Angola da mediação do conflito no Leste da RDC, justificando a medida com a necessidade de João Lourenço, enquanto presidente da UA, ter de priorizar as agendas de liderança da organização continental.

“Passados quase dois meses de ter assumido a Presidência pro tempore da União Africana, Angola considera a necessidade de se libertar da responsabilidade de medianeiro deste conflito do leste da RDC, para se dedicar de forma mais ampla às prioridades gerais definidas pela organização continental”, lê-se na nota.

O documento observa que, com a Comissão da União Africana, serão dados, nos próximos dias, os passos necessários para se encontrar o país cujo Chefe de Estado, coadjuvado pela SADC, a Comunidade da África do Leste e os facilitadores, deverá assumir a mediação do conflito entre a RDC e o Ruanda.

O comunicado recorda que, desde que a União Africana incumbiu a João Lourenço a responsabilidade de mediar o conflito entre a RDC e o Ruanda, Angola empenhou-se “com toda a seriedade, energia e recursos”, com vista a alcançar-se a paz definitiva no Leste da RDC e normalizar-se as relações entre os dois países vizinhos.

“Ao fim de sucessivas rondas de conversações, ressalta o documento, foram alcançados importantes progressos a nível ministerial em Dezembro de 2024, em que a RDC se comprometia a neutralizar as FDLR e o Ruanda a retirar as suas Forças de Defesa do território congolês, para as linhas de fronteira entre os dois países.

“Sendo essas as principais reivindicações das partes, estavam assim criadas as condições para a Cimeira de 15 de Dezembro passado que teria lugar em Luanda, o que acabou por não acontecer por ausência do Ruanda”, refere a nota.

Realça que Angola “sempre acreditou” na necessidade de, paralelamente, haver, também, negociações directas entre o Governo da RDC e o M23, tendo trabalhado para tal e conseguido o consentimento de ambos para que a primeira ronda tivesse lugar em Luanda, aos 18 de Março do corrente ano, “acção abortada in extremis por um conjunto de factores, entre eles alguns externos e estranhos ao processo” africano que decorria.

“Consideramos bem-vindas todas as acções das Nações Unidas, de outros organismos internacionais e países de boa vontade, que podem contribuir para a resolução dos diferentes conflitos que perduram no nosso continente com vista ao calar das armas e o alcance da paz definitiva, desde que devidamente concertadas com os medianeiros designados, o Conselho de Paz e Segurança e com o Presidente da Comissão da União Africana”, sublinha o documento.

Realce-se que, no dia em que Luanda viu abortadas importantes negociações directas entre o Governo da RDC e o M23, na capital angolana, Félix Tshisekedi e Paul Kagame estiveram em conversações com a mediação do emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani, com Luanda, através do seu ministro das Relações Exteriores, Téte António, a manifestar-se “estupefacto” com o encontro ocorrido em Doha