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Crise: PCA da Endiama avisa que patrocínios a empresas para evitar desempregos “têm limites”

Victória Maviluka
22/1/2025
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Foto:
DR

Ganga Júnior diz que, face a quedas no mercado de diamantes naturais, muitas empresas angolanas “não estão a aguentar a pedalada”, encontrando-se “em situação já de crise”.

O mercado dos diamantes naturais está a ser sufocado pela ascensão dos diamantes sintéticos, e a direcção da Endiama avisa que os “esforços” que tem feito para, por intermédio de patrocínios, garantir a sobrevivência de algumas empresas do sector em Angola “têm limites”.

Ganga Júnior, PCA da Empresa Nacional de Prospecção, Exploração, Lapidação e Comercialização de Diamantes de Angola, refere que a queda no mercado de diamantes naturais está a ser sentida a nível internacional pelas empresas que operam no sector.

Para o caso de Angola, o gestor da companhia estatal, detentora de várias participações em empresas que actuam no sector, afirma que há operadores que “não estão a aguentar a pedalada”, existindo o caso de duas companhias diamantíferas “em situação já de crise”. 

“A decisão que tomámos é repartir um bocado o mal pelas aldeias para evitar mais desemprego, que já é muito em Angola. Mas não é uma situação de Angola especificamente, é questão do mundo”, sublinha.

Ganga Júnior informa que há empresas “onde, todos os meses, a Endiama está a mandar dinheiro”, mas avisa, em declarações à RNA, que “todos esses esforços que estamos a fazer têm limites”. 

“Eu não posso permitir que a própria Endiama encontre, também, o caminho da falência”, assevera o Presidente do Conselho de Administração da maior empresa diamantífera do País.

A título de exemplo da conjectura no mercado internacional, realça que, neste momento, o stock de diamantes da Endiama é de mais de 3 milhões de quilates “produzidos e não vendidos”, porquanto o mercado “não está a absorver” diamantes.

“Precisamos de reduzir a produção no sentido de criar mais demanda, criar apetite para o consumo. Por outro lado, o País precisa de dinheiro, mas produzir e não vender, não sei o que será melhor”, nota. 

Ganga Júnior avança que este “é o problema” que a direcção da Endiama precisará de equacionar junto do Governo, no sentido de se encontrar um caminho a seguir.

“Estamos estruturados em termos de capacidade de produção até para ampliar o que já produzimos em 2024. Podemos ampliá-lo significativamente, mas precisamos de ver, então, o que fazer”, reitera.