O mercado dos diamantes naturais está a ser sufocado pela ascensão dos diamantes sintéticos, e a direcção da Endiama avisa que os “esforços” que tem feito para, por intermédio de patrocínios, garantir a sobrevivência de algumas empresas do sector em Angola “têm limites”.
Ganga Júnior, PCA da Empresa Nacional de Prospecção, Exploração, Lapidação e Comercialização de Diamantes de Angola, refere que a queda no mercado de diamantes naturais está a ser sentida a nível internacional pelas empresas que operam no sector.
Para o caso de Angola, o gestor da companhia estatal, detentora de várias participações em empresas que actuam no sector, afirma que há operadores que “não estão a aguentar a pedalada”, existindo o caso de duas companhias diamantíferas “em situação já de crise”.
“A decisão que tomámos é repartir um bocado o mal pelas aldeias para evitar mais desemprego, que já é muito em Angola. Mas não é uma situação de Angola especificamente, é questão do mundo”, sublinha.
Ganga Júnior informa que há empresas “onde, todos os meses, a Endiama está a mandar dinheiro”, mas avisa, em declarações à RNA, que “todos esses esforços que estamos a fazer têm limites”.
“Eu não posso permitir que a própria Endiama encontre, também, o caminho da falência”, assevera o Presidente do Conselho de Administração da maior empresa diamantífera do País.
A título de exemplo da conjectura no mercado internacional, realça que, neste momento, o stock de diamantes da Endiama é de mais de 3 milhões de quilates “produzidos e não vendidos”, porquanto o mercado “não está a absorver” diamantes.
“Precisamos de reduzir a produção no sentido de criar mais demanda, criar apetite para o consumo. Por outro lado, o País precisa de dinheiro, mas produzir e não vender, não sei o que será melhor”, nota.
Ganga Júnior avança que este “é o problema” que a direcção da Endiama precisará de equacionar junto do Governo, no sentido de se encontrar um caminho a seguir.
“Estamos estruturados em termos de capacidade de produção até para ampliar o que já produzimos em 2024. Podemos ampliá-lo significativamente, mas precisamos de ver, então, o que fazer”, reitera.