A empresa brasileira EMS realça que tem a garantia de apoio institucional do Executivo no sentido de vencer os desafios do mercado angolano e instalar no País uma indústria farmacêutica, afirmou o presidente da multinacional.
Carlos Sanchez, que foi recebido nesta quarta-feira, 19, em Luanda, pelo Presidente da República, João Lourenço, referiu que o mercado angolano apresenta “vários desafios”, mas que a empresa de que é proprietário sente “um apoio político forte” para investir em Angola.
Para atestar a pretensão de se instalar no País, o grupo sul-americano, que detém o maior laboratório farmacêutico no Brasil, assinou com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) um memorando que estabelece os termos de intenção de investimento.
Carlos Sanchez explicou que este memorando representa a primeira etapa do processo, baseada no levantamento do mercado angolano no sentido do investimento de que Angola precisa para criar “uma indústria farmacêutica pujante”, que atenda “toda a demanda” do País.
“Colocaremos a indústria nas condições actuais que o mundo exige em termos de qualidade, e é esse investimento que faremos aqui”, disse o líder da EMS, explicando que o grupo vai, agora, começar com o estudo para apurar os tipos de fármacos de que Angola necessita.
“A gente tem essa experiência e, por ter essa vontade política, a gente acha que é o momento correcto de ser investido. Então, Angola, sem dúvida nenhuma, é o lugar ideal para que essa indústria aconteça”, declarou.
Já Arlindo das Chagas Rangel, PCA da AIPEX, sublinhou a diplomacia económica do Executivo com o foco na redução das importações, e considerou uma aposta da brasileira EMS “um investimento prioritário e importante para a auto-suficiência” do País em termos de fármacos.
Uma preocupação que ‘tira o sono’ a João Lourenço
A melhoria no sector de Oncologia e a construção de fábricas de medicamentos são as principais preocupações do Executivo em relação à área da Saúde em Angola, afirmou o Presidente da República, no final do ano passado, quando procedia à inauguração do Hospital Geral do Cuanza-Norte.
Em declarações à imprensa, João Lourenço observou que o País precisa de ter uma “melhor unidade hospitalar” para atender ao foro oncológico: “O que temos hoje em Luanda - e apenas em Luanda - não consideramos satisfatório, daí o facto de a nova unidade oncológica já estar em construção em Luanda, com a perspectiva do seu término nos finais do próximo ano ou em 2026”.
O Chefe de Estado observou, na ocasião, que a preocupação do Governo não se prende apenas com a construção da infra-estrutura e o seu equipamento, mas, também, com a formação do pessoal que vai atender a essa nova unidade oncológica.
Outra preocupação das autoridades em relação ao sector da Saúde, fez saber o Titular do Poder Executivo, é a necessidade do surgimento em Angola de unidades fabris de produção de medicamentos e de vacinas.
Para João Lourenço, trata-se de um tipo de investimento para ser desenvolvido pelo sector privado nacional ou estrangeiro, e não pelo Estado.
“Temos vindo a apelar ao sector privado (...) no sentido de fazer esse investimento com a garantia de que o principal cliente do que vier a ser produzido será, sem sombra de dúvidas, o Estado angolano, que deixará, com isso, de importar, ou passará a importar menos, comprando a produção local desde que seja certificada pelas instituições competentes”, sublinhou.