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“Estou aqui em carne e osso se quiserem dialogar”, diz Venâncio Mondlane à chegada a Maputo

Victória Maviluka
9/1/2025
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Foto:
DR

Político na oposição em Moçambique afirmou que não está disponível a integrar “nenhum executivo que provenha de resultados falsários, manipulados e corrompidos”.

Venâncio Mondlane desembarcou, na manhã desta quinta-feira, 09, no Aeroporto de Mavalane, na cidade de Maputo, capital de Moçambique, para, entre outros objectivos, como fez saber, “quebrar a narrativa” segundo a qual estaria indisponível para dialogar.

“O primeiro objectivo é quebrar a narrativa de que o diálogo não tinha a participação de Venâncio (...), então, acabem com essa narrativa. Estou aqui em carne e osso se quiserem negociar, se quiserem dialogar”, disse o político que tem dirigido uma onda de manifestações contra os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro de 2024, que deram vitória ao partido no poder, a Frelimo.

O segundo candidato mais votado do pleito, de acordo com os resultados oficiais, explicou à imprensa presente no aeroporto que decidiu regressar ao país, igualmente, para se solidarizar com as famílias de apoiantes seus vítimas de supostos sequestros e execuções.

“Estou aqui, justamente, para monitorar esse processo, para visitar as valas comuns, para gritar em favor destes moçambicanos que estão a ser assassinados”, atirou Venâncio Mondlane, no regresso ao país que levou a que as autoridades escalassem um forte aparato policial no Aeroporto de Mavalane.

Afirmou que, ao pisar o solo moçambicano, se coloca, também, à disposição da Justiça para responder à “narrativa” sobre “uma série de responsabilidades criminais que recaem sobre mim”.

Acrescentou que quer estar “nos bons e maus momentos” como “um sujeito histórico activo” e disponível para apresentar as suas ideias, para debater as agendas de desenvolvimento de Moçambique.

“Quero fazer isso aqui dentro do país, independentemente de todos os riscos associados a essa situação”, declarou, perante vários apoiantes que se deslocaram ao aeroporto para o receber.

Indagado sobre a possibilidade de assumir funções como segundo candidato mais votado, Venâncio Mondlane respondeu categoricamente que não está disponível a aceitar os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições e pelo Conselho Constitucional.

“A única função que estou disponível a assumir é a de defender este povo (...). Não vou fazer parte de nenhum executivo que provenha destes resultados falsários, manipulados e corrompidos”, declarou. 

Venâncio Mondlane refutou, por conseguinte, que o seu regresso tenha resultado de algum “acordo político”, e reafirmou que a “decisão unilateral” de estar em Moçambique é para provar que não saiu do país por “medo ou receio de ser morto, de ser preso”. 

Questionado se continuará no Podemos, partido pelo qual concorreu às eleições gerais de Outubro último, disse que “nunca se separou do Podemos: “O que aconteceu foi o líder do Podemos que teve uma atitude que não é dignificante”.

Em relação ao anúncio de tomada de posse como Presidente de Moçambique a 15 de Janeiro, fez um juramento simbólico durante a entrevista, assumindo-se como “Presidente eleito pelo povo moçambicano” e pronto a servir “pela minha honra a Pátria moçambicana e os moçambicanos”.