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Inaugurado há menos de um ano, estádio França Ndalu encerrado para “manutenção da relva”

Victória Maviluka
18/9/2024
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Foto:
DR

Enquanto decorrerem os trabalhos de recuperação da relva, os jogos em casa passarão a ser disputados nos estádios 22 de Junho, no Rocha Pinto, e Coqueiros, na Baixa de Luanda.

“Manutenção da relva”. Foi como o Clube Desportivo 1.º de Agosto justificou, esta semana, a decisão de encerramento, por tempo indefinido, do seu recinto, o estádio França Ndalu, em Luanda, uma infra-estrutura inaugurada no início de Dezembro do ano passado.

Em comunicado divulgado esta semana, a agremiação das Forças Armadas Angolanas (FAA) explica que, enquanto decorrerem os trabalhos de recuperação da relva, os jogos em casa passarão a ser disputados nos estádios 22 de Junho, no bairro Rocha Pinto, pertencente ao Interclube, e Coqueiros, na Baixa de Luanda.

Sob o título ‘Voltaremos melhor’, a nota, a que a revista Economia & Mercado teve acesso, “apela a todos os sócios, adeptos e simpatizantes a marcarem presença nas próximas partidas nos estádios mencionados acima”.

O Clube Desportivo 1.º de Agosto, fundado em 1977, é a maior agremiação desportiva de Angola em termos de movimentação de modalidades e atletas, e uma das mais tituladas do País.

Há dois anos que a formação tem vindo a enfrentar sérias dificuldades financeiras por conta do corte significativo no seu orçamento, que tem como fonte principal as FAA.

Informações divulgadas pela imprensa nacional, não confirmadas nem desmentidas pela direcção do 1.º de Agosto, apontam para a redução em mais de 800 milhões Kz no financiamento que o clube recebe do Estado.

Estes cortes têm feito com que a agremiação acumule várias dívidas com jogadores e funcionários - muitos dos quais recorreram a tribunal - e limite a contratação de atletas que emprestem à agremiação, particularmente no futebol e basquetebol, níveis competitivos à altura dos desafios.

No Girabola, o 1.º de Agosto tem visto, por exemplo, o seu arqui-rival, Petro de Luanda, dominar as últimas edições. Na época de 2023-2024 da principal prova de futebol doméstico, a equipa rubro-negra terminou na modesta 7.ª posição, numa temporada em que episódios ligados à greve de jogadores ecoaram na imprensa.

Entretanto, o clube treinado pelo angolano Filipe Nzanza começou com pé direito o Girabola 2024-2025, ao vencer, recentemente, no Uíge, o Santa Rita, por 0-1. 

Os adeptos da agremiação estão, assim, expectantes quanto ao que deverá ser o comportamento da equipa na recém-iniciada época, em que os militares falham a presença nas provas africanas.

O clube conta, desde início do ano, com um novo presidente, o general Gouveia de Sá Miranda, que substituiu no cargo o também general Carlos Hendrick.

O último dirigente da agremiação deixou um legado em que se destacam conquistas no futebol, basquetebol e andebol, além da expansão das infra-estruturas do clube; mas, também, são associados à sua gestão os milhões de Kwanzas de dívidas com atletas, funcionários e fornecedores.