O Banco de Fomento Angola (BFA) investiu pelo menos 1,6 bilião de Kwanzas em títulos e valores mobiliários no exercício económico de 2024, o que representa um aumento de quase 43%, face ao período homólogo, concluiu a E&M após análise dos relatos financeiros do quarto trimestre.  

A quantia aplicada no respectivo instrumento financeiro em 2024 representou, aproximadamente, 42% do activo, orçado em quase 3,9 biliões de Kz. A carteira de crédito teve um peso de 19%, embora tenha crescido 32% no exercício económico transacto, em relação ao período homólogo.

O rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em, aproximadamente, 24%. Verificou-se um incremento de quase 5 pontos percentuais (PP) no ano passado, se comparado com o exercício análogo.    

Apesar do aumento do rácio de transformação no ano passado, os números ilustram que o BFA participa pouco no financiamento directo à economia real. O investimento em títulos e valores mobiliários valeu 53% dos depósitos.

Tendo em conta o peso dos títulos e valores mobiliários sobre o activo, empresários e economistas consideram que o BFA deixou de cumprir, efectivamente,  com um dos principais papéis da banca (conceder crédito às empresas e aos consumidores). Pode ser visto como falta de compromisso com o desenvolvimento económico do País.

Numa visão mais crítica, segundo especialistas, o banco tem praticado o rentismo, pois prioriza ganhos fáceis com juros da dívida pública em vez de assumir riscos para fomentar a inovação e o empreendedorismo. (Rentismo e especulação).

Se um banco tem grande parte dos activos em dívida pública, explicam analistas, indica forte dependência ao governo, o que pode ser um risco em caso de crises fiscais ou mudanças políticas.

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