O Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, na qualidade de líder da União Africana (UA) ‘condenou’ a pretensão do Governo de Israel de deslocar os palestinos da Faixa de Gaza, na Palestina.
A mensagem do Chefe de Estado angolano, à frente da organização continental (UA), foi passada no discurso de abertura da cimeira extraordinária da Liga Árabe, no Cairo, Egipto, na terça-feira (03.03.2025).
"Tendo a Liga Árabe um papel crucial na prossecução de iniciativas que visam o alcance de soluções pacíficas e duradouras para os dois países e a região, reitero, em nome da União Africana, o compromisso de juntos trabalharmos em prol do alcance de uma paz duradoura e sustentável no conflito que opõe Israel ao Hamas", afirmou João Lourenço.
Em representação à UA, João Lourenço pediu a Israel para abrir corredores humanitários que permitam o regresso de centenas de milhares de deslocados palestinos à zona de origem, na Faixa de de Gaza, Palestina.
Reunidos no Cairo, os líderes dos países membros da Liga Árabe discutiram o plano egípcio, orçado em 53 mil milhões USD, para a reconstrução da Faixa de Gaza, apresentado recentemente como alternativa ao plano recente do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.
O presidente da maior economia mundial (EUA) anunciou em Fevereiro (2025) a intenção de transformar o enclave palestino (Faixa de Gaza) em “Riviera do Médio Oriente”, esvaziado de todos os palestinos aí residentes.
A comunidade internacional repudiou a pretensão de Donald Trump, ao passo que a Organização das Nações Unidas (ONU) apoia o plano apresentado pelo Egipto, um dos membros-fundadores da Liga Árabe.
O plano do Egipto prevê a reconstrução da Faixa de Gaza em cinco anos e propõe a criação de um fundo supervisionado internacionalmente para garantir a sustentabilidade do financiamento, assim como a transparência.
Na primeira etapa de seis meses, como consta do plano, far-se-á a remoção de detritos, minas explosivas e pelo menos 1,5 milhão de habitantes serão colocados em alojamentos temporários. Seguir-se-á a construção de infra-estruturas essenciais e habitação permanentes.
A edificação de hotéis, porto comercial e um aeroporto irá acontecer na segunda fase de construção. O plano prevê ainda o retorno do controlo da Faixa de Gaza pela Autoridade Palestiniana, sedeada na Cisjordânia.