O Presidente de Angola, João Lourenço, medianeiro do conflito no Leste da República Democrática do Congo, registou, nesta quarta-feira, 29, com “grande apreensão os graves desenvolvimentos” que culminaram com a ocupação pelo Movimento 23 de Março da cidade de Goma, capital da Província do Kivu-Norte, na RDC.

Para o Presidente angolano, esta acção do M23 representa uma “séria violação” ao Processo de Luanda, iniciado após encontros bilaterais em separado com Félix Tshisekedi, Chefe de Estado da RDC, e Paul Kagame, PR do Ruanda, em Fevereiro e Março de 2024, tendo ambos concordado em priorizar o cessar-fogo.

Pelo que João Lourenço “deplora a ocupação” de Goma e apela à “retirada imediata” do M23 e das Forças de Defesa do Ruanda dos territórios “ilegalmente ocupados”, para que se criem “urgentemente” as condições para a estabilização da vida das populações.

O medianeiro do conflito observa, em nota a que a E&M teve acesso, que esta retirada deve levar à normalização do funcionamento do aeroporto da cidade de Goma em condições de segurança, com vista a facilitar o regresso dos membros do Mecanismo de Verificação Alargado Reforçado e do Mecanismo de Verificação Alargado da CIRGL, e para a entrada da ajuda humanitária a favor das populações.

No âmbito da mediação empreendida pelo Presidente angolano com vista ao restabelecimento da paz e segurança no Leste da RDC, Félix Tshisekedi esteve nesta quarta-feira, 29, em Luanda, para uma análise conjunta dos passos subsequentes a dar no quadro do Processo de Luanda, tendo em conta a situação criada com a tomada de Goma.