Da informação estatístico-contabilística obtida da análise aos balancetes dos cinco bancos de maior dimensão (BAI, BFA, BIC, ATLANTICO e BPC) conclui-se ainda que o lucro referente a 2022 foi de quase 165,4 mil milhões Kz, influenciado pelo resultado negativo do BPC.
Contrariamente ao exercício económico de 2022, o BPC obteve um resultado positivo em 2023. A contribuição no lucro global foi de quase 19,6% (105,8 mil milhões Kz), apenas ultrapassado pelos bancos BAI - 36,9% (199,5 mil milhões Kz) e BFA - 31% (167,3 mil milhões Kz). Ambas são as maiores instituições do sistema bancário nacional (SBA), sem desprimor das restantes.
O BPC posicionou-se à frente dos bancos BIC – 10,8% (58,5 mil milhões Kz) e ATLANTICO – 1,7% (9,1 mil milhões Kz), a menor contribuição do grupo.
Apesar de o resultado do ATLANTICO representar a menor parcela no lucro global do 'Big five' em 2023, internamente reflecte um aumento de quase 160% face a 2022 cujo proveito foi de pelo menos 3,4 mil milhões Kz. Os números ilustram a recuperação (embora lenta) deste banco.
O aglomerado de bancos de grande dimensão, de acordo com a classificação da Associação de Bancos de Angola (ABANC), registou um aumento de aproximadamente 30% no activo em 2023, se comparado a 2022. Passou de pelo menos 11,1 biliões Kz para quase 14,5 biliões Kz.
À semelhança do intem anterior (resultado), o BAI detém a maior participação (31%), razão pela qual é actualmente denominado banco líder do sistema bancário angolano (SBA), ultrapassando assim o BFA.
A participação do BFA no valor global, de acordo com os cálculos da E&M, foi de 24,7%; BIC – 15,8%; ATLANTICO – 14,4% e BPC – 13,8%.
Os dados demonstram que o aglomerado de bancos de grande dimensão é avesso à concessão de crédito. O rácio de transformação de depósito em crédito, no ano económico de 2023, foi de 23,7%.
Em sentido contrário, a aplicação em títulos e valores mobiliários representou 48,9% dos depósitos captados no ano passado. A taxa espelha que os grandes bancos emprestaram mais dinheiro ao Estado.