Para impulsionar o Trade Finance, os bancos devem criar soluções inovadoras que reduzam os custos de transacção, facilitem o acesso ao crédito e reforcem as conexões entre mercados africanos e globais, exortou o Presidente da Comissão Executiva do Access Bank Angola, Ricardo Ferreira.
O CEO falava durante a primeira Conferência de Comércio em África, realizada esta semana na Cidade do Cabo, África do Sul, onde realçou a necessidade de fortalecer os mecanismos de transparência e compliance.
"O crescimento sustentável do comércio em África depende da construção de um ecossistema financeiro sólido, onde a confiança é o pilar central”, defende.
Para Ricardo Ferreira, em Angola, a criação de um sistema de crédito mais eficiente e a aposta na diversificação económica são essenciais para maximizar o potencial do comércio e atrair mais investimento.
No evento dedicado a desbloquear o vasto potencial comercial do continente, o CEO destacou os desafios que Angola enfrenta, nomeadamente a inclusão do país na Lista Cinzenta, e enfatizou que esta situação deve ser encarada como uma oportunidade para adoptar uma abordagem proactiva e resolver os aspectos identificados, mesmo que a maioria não esteja directamente relacionada com o sector bancário.
A conferência surge como uma resposta estratégica à evolução do panorama do comércio global, destacando a necessidade de África fortalecer as suas economias através de uma maior colaboração regional e do reforço da infra-estrutura financeira e comercial.
Actualmente, as ineficiências nas redes de transporte e os entraves regulatórios dificultam mais o comércio entre Angola e a Nigéria do que entre Angola e Portugal. Para mudar esta realidade, defendeu-se um compromisso renovado na construção de infra-estrutura e dos quadros regulatórios necessários para facilitar um comércio intra-africano eficiente, garantindo a livre circulação de bens, serviços e capital entre as nações africanas.
Antes, no discurso de abertura do evento, o Managing Director/CEO do Access Bank PLC, Roosevelt Ogbonna, sublinhou a importância de África assumir o controlo do seu destino económico, promovendo uma colaboração mais profunda, investindo na infra-estrutura financeira e desenvolvendo soluções locais que impulsionem um crescimento sustentável.
Ogbonna destacou as mudanças na dinâmica do comércio global e a necessidade crescente de África olhar para dentro do continente. Segundo referiu, o mundo tornou-se mais fragmentado, com o aumento do nacionalismo e disrupções nas cadeias de abastecimento que têm afectado desproporcionalmente o continente. Estas adversidades levam a uma reflexão urgente sobre a necessidade de uma maior autonomia económica e de uma estratégia comercial robusta que favoreça o desenvolvimento sustentável das nações africanas.