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PATROCINADO

O desafio de contornar
 o vertiginoso declínio das RIL

Adão Gil
30/7/2019
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Foto:
Carlos Aguiar e D.R

O alarme soou em 2014. Depois de, em 2013, Angola ter acumulado Reservas Internacionais Líquidas (RIL) de 32.212,53 milhões USD, em 2014, o montante era de 27.734,56 milhões USD.

No ano seguinte, com as RIL em 24.419,49 milhões USD, era notória a tendência decrescente dos nossos activos externos de disponibilidade imediata.

Sob o controlo da autoridade Monetária, e destinadas ao financiamento de desequilíbrios da balança de pagamentos, as reservas do país passaram de 24,3 mil milhões USD em 2016 para 10,8 mil milhões USD em finais de 2018, servindo apenas para cinco meses de importação de bens e serviços, contrariando as garantias do Governo que apontava para oito meses.

A queda das RIL, numa assinalável redução de 65% desde Abril de 2014, deveu-se à baixa do preço da sua principal fonte, o petróleo. Estudos apontam ainda que, apesar dos avultados recursos registados entre 2013 e 2017, a economia não teve uma redução proporcional de despesas, o que resultou em défices fiscais sistemáticos financiados por meio do endividamento interno e externo. “Não houve uma transformação estrutural da economia”, diz o economista Fernandes Wanda, investigador da Universidade Agostinho Neto, para quem a referida transformação deveria e deve ainda passar por um rápido processo de industrialização.

À E&M, o economista e sociólogo guineense Carlos Lopes, que esteve recentemente em Angola, elege igualmente a transformação, aliás, tema do seu livro que trouxe a Luanda. O também Alto Representante da União Africana para as Negociações com a Europa é categórico: “Transformação estrutural passa pela industrialização. Esse debate da diversificação é muito lento. Precisamos de falar de política industrial, num debate mais vigoroso e interventor”.

E é isso que parece faltar. É que, no início da queda das Reservas Internacionais Líquidas, em 2014, o então ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, reconhecia que Angola necessitava de um preço médio de 80 dólares por barril para equilibrar as suas finanças públicas, embora as estimativas apontassem para 95. Assim, já naquele ano, receava-se um preço de 60 dólares, o que levaria naturalmente ao défice de receitas petrolíferas de 25 mil milhões de dólares, mesmo para uma produção de 1,9 milhões de barris. “O que está para vir não é seguramente bom”, concluía assim o Relatório Energia emAngola 2016, do Centro de Estudos e Investigação Científica da UniversidadeCatólica de Angola.

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