Como surgiu a ideia do Open Internacional de Ténis em Angola?
A Academia de Ténis do Kikuxi destacou-se no ténis de alta competição, começou com o Open Nacional e evoluiu para o primeiro torneio internacional com jogadores da região da SADC. Actualmente, o Open Internacional atrai participantes de 11 países, elevando o nível técnico e consolidando o torneio como uma marca mundial. O objectivo é integrar o circuito internacional de ténis, com torneios como ATP 250, e posicionar Angola na rota do ténis internacional, trabalhando em parceria com a Federação para obter o reconhecimento da ITF (Federação Internacional de Ténis), CAT (Confederação Africana de Ténis), WTA (Associação de Ténis Feminino) e ATP (Associação de Ténis Profissional).
Sente que os desafios assumidos foram alcançados?
Os desafios foram enormes. Quando Angola organizou a Davis Cup pela primeira vez estabeleceu uma fasquia muito alta. Diante disso, vimos a necessidade de nos superarmos a nível organizacional e competitivo. Conseguimos trazer alguns dos melhores jogadores do ténis africano e convidar atletas dos continentes europeu e americano, elevando o nível da competição. Em termos de infra-estrutura, montámos um aparato significativo, incluindo uma bancada VIP e um espaço para os jogadores relaxarem. Acreditamos que alcançámos grandes objectivos nas áreas de publicidade, técnica e infra-estrutura.
Quantos jogadores participaram no Open Internacional de Ténis em Angola?
Contámos com seis jogadores angolanos e 18 jogadores estrangeiros.
Como é que a academia está servida em termos de campos?
A academia possui 9 campos de piso rápido, 3 campos de terra batida e 4 campos de relva, além de estar a finalizar a montagem de um campo de relva natural.
Como foi feita a preparação do evento em termos de staff e equipa técnica?
A preparação para o evento começou assim que o anterior [evento] terminou. Teremos uma reunião de balanço para planear o próximo ano. Identificámos algumas debilidades na arbitragem e, por isso, convidámos o árbitro internacional português João de Sousa para leccionar um curso de formação para os nossos árbitros. Ele também arbitra as finais, permitindo que nossos árbitros aprendam com um profissional de renome. A organização do evento foi possível graças ao apoio dos nossos sócios fundadores, que permitiram reunir as condições financeiras e materiais necessárias para um evento de alto nível.
Que avaliação faz do ténis em Angola?
Apesar dos desafios, a Federação Angolana de Ténis está a fazer um grande trabalho. O ténis nacional ressurgiu e está a sair da letargia que vivíamos. A Federação está de parabéns pelo bom trabalho realizado. Estamos a ver jovens talentos, como o Daniel e o Emerson, a evoluírem e a receberem apoio. O ténis angolano está a mostrar sinais de progresso e há expectativas de boas coisas no futuro. Este tipo de evento demonstra a nossa capacidade de organização e competitividade.
De que forma a academia desenvolve o ténis entre os jovens?
Desde a inauguração da academia, há dois anos, lançámos o programa PlayState em parceria com a Federação Internacional de Ténis. Actualmente, temos 24 atletas, entre meninos e meninas, com idades entre 12 e 26 anos. Acompanhamos os jovens desde cedo, oferecendo suporte em educação, alimentação, saúde e escolaridade. Muitos deles, que começaram com 10 anos, agora têm 20 ou 22 anos e estão a concluir a universidade. O trabalho é integrado, envolvendo o acompanhamento dos pais, da academia e da escola. É gratificante ver a evolução dos jovens e o alcance dos seus sonhos.
Quais são os vossos parceiros nestes desafios?
Lançámos um segmento de patrocínio inovador em Angola. A academia, com seu espaço imponente e de lazer, atrai marcas. Muitas empresas e bancos com forte componente social e voltados para o marketing têm-se tornado nossos parceiros. Este evento, transmitido via streaming com um sistema audiovisual de alta qualidade, proporciona grandes vantagens de publicidade. As marcas são divulgadas em redes sociais ao vivo. Temos várias ideias em desenvolvimento com os nossos parceiros e, no devido tempo, todos poderão conhecê-las. A academia impressiona pela sua infra-estrutura, o que facilita a atracção de patrocinadores.
Onde fica o apoio institucional, do Estado, sobretudo?
Temos recebido um apoio significativo tanto do Governo quanto das empresas privadas. A parceria com a Federação Angolana de Ténis é sólida, e o Governo angolano, especialmente nas áreas da juventude e do desporto, tem sido um grande apoio. Esse suporte inclui facilitação de vistos e outros aspectos institucionais essenciais para o nosso desempenho. Sem esse apoio, a realização do evento seria impossível.