O Governo angolano vai avançar com nova aquisição de gado bovino, desta vez num investimento de 6,4 mil milhões de Kwanzas (cerca de 7 milhões de dólares), para o fomento pecuário no Planalto de Camabatela, apurou a revista Economia & Mercado.

De acordo com o Despacho Presidencial n.º 121/25, de 23 de Abril, o valor servirá, igualmente, para a prestação de serviço de assistência técnica para as práticas sustentáveis de produção de pecuária do subprograma de repovoamento e melhoramento genético de bovinos.

No documento, a que a revista E&M teve acesso, o Presidente da República associa a decisão à necessidade de se implementar o Projecto de Fomento de Produção Animal, inscrito no programa de despesa de apoio ao desenvolvimento do Ministério da Agricultura e Florestas, como instrumento para acelerar a produção interna de carne e leite.

João Lourenço delega, assim, competência ao titular do MINAGRIF para, com a faculdade de subdelegar, praticar os actos decisórios e de aprovação tutelar e verificação da validade e legalidade de todos os actos no âmbito do Procedimento de Contratação Simplificada.

Em 2019, recorde-se, o Governo angolano deu início a um programa de importação de gado do Tchad, que permitiu a chegada ao país de cerca de 450 animais. Este programa esteve, entretanto, envolto em polémica, após a morte de centenas de animais.

O programa previa a chegada, justamente ao Planalto de Camabatela, de 75 mil cabeças de gado, como colacteral de uma dívida daquele país do Centro Norte do continente africano a Angola, avaliada em 100 milhões de dólares.

O Planalto de Camabatela constitui uma vasta planície considerada a mais elevada ao Norte do rio Kwanza, com uma extensão de 740 Km2, com 1.415.049 hectares de terra, abrangendo as províncias do Uíge, Malanje e Cuanza-Norte.

Espaço reforçado com novas infra-estruturas

Um Laboratório Veterinário e um Centro Integrado de Comercialização e Leilões de Gado foram inaugurados, neste mês, no Planalto de Camabatela, num investimento que custou aos cofres do Estado 73,1 milhões de dólares, segundo a Angop.

O laboratório conta com áreas de microbiologia, gestão de stock e armazém, salas de triagem, de sorologia, bioquímica e de parasitologia, assim como área administrava, enquanto o centro integrado possui pavilhões de alojamento de animais, lavagem e desinfecção de veículos, exposição e leilão de gado.

No acto inaugural, o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, sublinhou, citado pela agência de notícias estatal, a importância destas infra-estruturas para o controlo geosanitário da população animal e no desenvolvimento do Planalto de Camabatela.