A estratégia, até ao momento, utilizada pelo Estado angolano para resgatar o maior banco público nacional, o BPC, que enfrenta um processo de reestruturação baseado fundamentalmente na injecção sistemática de capitais, continua a não dar resultados do ponto de vista prático.
Depois de já ter gasto mais de 568 mil milhões de kwanzas desde 2016, o Estado prepara-se para injectar este ano mais 230 mil milhões, dos quais 180 mil milhões de kwanzas para aumentar o capital social do banco e 50 mil milhões para comprar crédito mal parado, segundo indica o Plano Anual de Endividamento 2019 do Governo.
Numa primeira fase, o Estado vai injectar 100 mil milhões de kwanzas no BPC para garantir que a entidade bancária mantenha a actividade normal, segundo um Decreto Presidencial de 30 de Janeiro deste ano. O documento autoriza o Ministério das Finanças a recorrer à emissão de Obrigações do Tesouro com prazo de reembolso a quatro anos e a uma taxa de juro de 16,5% ao ano para possibilitar que o BPC “cumpra na sua plenitude a missão para a qual foi criado”.
No entanto, esta estratégia governamental de injecção de dinheiro fresco, praticamente todos os anos, no maior banco comercial público nacional, começa já a preocupar não só aos especialistas na matéria, mas também o próprio Governo que, através do Ministério das Finanças, já se revelou incapaz de continuar a socorrer a instituição bancária, através da mobilização financeiros adicionais.
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