Os governos devem manter a promessa de produzir novos planos de acção climática nacionais para todas as economias este ano, declarou hoje (22) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, no Fórum Económico de Davos, na Suíça.
De acordo com António Guterres, líder da maior instituição política internacional no mundo, é chegado o momento de acelerar os esforços colectivos e fazer de 2025 o maior de sempre para acção climática. Contrariando os opositores dos programas da ONU, alertou aos actores políticos que se mantenham “do lado certo da história”.
Para além da ameaça nuclear, disse o secretário-geral das Nações Unidas no discurso, o mundo enfrenta hoje duas novas e profundas ameaças que exigem muito mais atenção a nível global, pois “ameaçam pôr em causa a vida tal como conhecemos (a crise climática e a expansão descontrolada da inteligência artificial).
“O vício em combustíveis fósseis é um monstro de Frankenstein que não poupa nada e nem ninguém, havendo hoje sinais claro de que o monstro se tornou mestre, como demonstra o facto de 2024 ter sido o ano mais quente da história e, provavelmente, o primeiro civil a ultrapassar 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais”, disse António Guterres.
Apesar de se ultrapassar o limite, o secretário-geral da ONU afirmou que não significa que o objectivo (a longo prazo) de manter o aumento da temperatura global em 1,5 graus celsius esteja comprometido, mas antes lutar ainda mais para entrar no bom caminho.
O português à frente dos destinos daquela organização mundial mostrou-se apologista das energias renováveis, que as considerou baratas e acessíveis.
“É uma oportunidade que beneficiará as pessoas em todos os países e que tornará inevitável o fim da era dos combustíveis fósseis por mais que os interesses instalados tentem impedi-lo”.
António Guterres chamou de atitude míope, paradoxalmente, egoísta e autodestrutiva o facto de várias instituições financeiras e indústrias estarem a recuar nos compromissos em matéria climática.