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Agricultura. Fraca produtividade limita substituição das importações

Sebastião Vemba
14/6/2021
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Foto:
Carlos Aguiar

A redução das importações e a sua substituição estão longe de vingar sem um aumento da produtividade na Agricultura e Indústria, tendo em conta que o país ainda importa 60% dos produtos.

A redução das importações e a sua substituição pelo produto nacional estão longe de vingar sem um aumento da produtividade na Agricultura e Indústria, tendo em conta que o país ainda importa 60% dos produtos.

Em 2020, Angola registou uma redução das importações de mercadorias em cerca de 4 583,9 milhões de dólares norte-americanos, correspondendo a uma redução de 32,4%, ao passar de 14 127,1 milhões de dólares norte-americanos em 2019 para 9 543,1 milhões de dólares norte-americanos em 2020, aponta o Relatório da Balança de Pagamento 2020 do Banco Nacional de Angola.

De acordo com o documento, o valor das importações de bens no quarto trimestre de 2020 cifrou-se em 2 626,2 milhões de dólares norte-americanos, contra 2 362,9 milhões de dólares norte-americanos do terceiro trimestre do mesmo ano, representando um aumento na ordem de 11,1%. O aumento das importações foi observado pela maioria das categorias de produtos, com realce para os veículos (com realce para a importação de locomotivas para os caminhos de ferro), os combustíveis e os materiais de construção, que tiverem aumento de 130,9 milhões de dólares norte-americanos, 72,1 milhões de dólares norte-americanos e 37,4 milhões de dólares norte-americanos, respectivamente.

Entretanto, é na categoria dos alimentos que o país enfrenta o desafio de substituição urgente das importações. Nos últimos quatro anos, segundo dados avançados pelo secretário de Estado para a Economia, Mário João, no âmbito da III Conferência sobre Agricultura, a importação de bens alimentares registou uma queda acumulada de cerca de 30%. O responsável avançou que as necessidades de consumo de produtos prioritários para 2020 correspondem a uma quantidade global de 2,6 milhões de toneladas de alimentos, 1,3 milhões litros de bebidas e óleo vegetal e 525 milhões de ovos.

“Projectou-se que a produção nacional teria impacto significativo no abastecimento, existindo, no entanto, necessidades de abastecimento anuais na ordem dos 1.699 milhões de USD”, expôs o secretário de Estado para a Economia.

Contracção de 8% no II Trimestre de 2020

No segundo trimestre de 2020, o produto interno bruto (PIB) registou uma taxa de crescimento homólogo de -8,8%, a maior contracção ante a deterioração verificada no período precedente (-0,5%) e em relação à estagnação registada em igual trimestre de 2019, segundo dados do INE referenciados no Relatório da Balança de Pagamento 2020 do BNA.

O banco central aponta que esta foi a segunda maior contracção desde o início da compilação da série do PIB trimestral, sendo superada apenas pelos níveis evidenciados no quarto trimestre de 2015 (-11,9%). De resto, lê-se, a acentuada deterioração da actividade petrolífera foi decorrente do declínio em termos homólogos da produção do petróleo bruto (-10,8%) e do gás natural liquefeito (-8,6%), enquanto a evolução do sector não-petrolífero foi ditada pelo péssimo desempenho de alguns dos seus sectores, com destaque para os Transportes e Armazenagem (-78,8%); Construção (-41,0%); Pesca (-27,8%).

O sector da Agricultura, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, tem um crescimento de 5,4% no I Trimestre de 2020 e 2,3 no trimestre seguinte. Conforme o relatório da campanha agrícola 2019/2020, do Ministério da Agricultura e Pescas, nesse período, as quantidades produzidas aumentaram globalmente, com crescimentos de produção superiores a 5% em todas as fileiras, nomeadamente: cereais, raízes e tubérculos, leguminosas e oleaginosas, fruteiras e, finalmente, hortícolas.

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Agriculture. Low productivity limits replacement of imports

The reduction in imports and their replacement with national products will hardly be achieved without an increase in productivity in sectors such as agriculture and industry, considering that the country still imports 60% of the products it consumes.

According to the 2020 Balance of Payments Report of the National Bank of Angola (BNA), in 2020, Angola recorded a reduction in imports of goods by about 4,583.9 million US dollars, representing a 32.4% drop, going from 14,127.1 million US dollars in 2019 to 9,543.1 million US dollars in 2020.

Per the said document, imports of goods in the fourth quarter of 2020 were valued at 2,626.2 million US dollars versus 2,362.9 million US dollars in the third quarter of the same year, representing an increase of about of 11.1%. The increase in imports impacted most product categories, with emphasis on vehicles (mainly the import of locomotives), fuel and building materials, which increased by 130.9 million U.S. dollars, 72.1 million U.S. dollars and 37.4 million U.S. dollars, respectively.

However, it is in the food products category that the country faces the challenge of urgent replacement of imports. In the past four years, according to data presented by the Secretary of State for the Economy, Mr. Mário João, during the 3rd Conference on Agriculture, imports of food products recorded a cumulative drop of about 30%. The government official stated that the overall consumption needs for 2020, in terms of priority products, were estimated at 2.6 million tons of food, 1.3 million liters of beverages and vegetable oil and 525 million eggs.

“It was projected that national production would have a significant impact in the supply, however, there are annual supply needs of about 1,699 million USD”, said the Secretary of State for the Economy.

8% contraction in the 2nd quarter of 2020

In the second quarter of 2020, the gross domestic product (GDP) recorded a year-on-year growth rate of -8.8%, versus the -0.5% recorded in the previous period and a stagnant growth rate recorded in the same quarter of 2019, according to data from the National Institute of Statistics included BNA's 2020 Balance of Payments Report.

The central bank points out that this was the second largest contraction since the beginning of the compilation of the quarterly GDP series, being surpassed only by the contraction recorded in the fourth quarter of 2015 (-11.9%). According to the report, the sharp deterioration of oil activities was due to the year-on-year decline in the production of crude oil (-10.8%) and liquefied natural gas (-8.6%), while the evolution of the non-oil sector was the result of the poor performance of some of its sectors, most notably Transportation and Storage (-78.8%); Construction (-41.0%); Fisheries (-27.8%).

The agriculture sector, according to preliminary data from the National Institute of Statistics, grew 5.4% in the 1st quarter of 2020 and 2.3% in the following quarter. According to the 2019/2020 agricultural campaign report from the Ministry of Agriculture and Fisheries, there was an overall increase in terms of produced quantities, with growth of more than 5% in all production lines, namely: cereals, roots and tubers, legumes and oilseeds, fruit trees and vegetables.

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