É um CAN fértil em surpresas, por isso de muita loucura no jogo jogado e... nos milhões oferecidos pela organização, à testa o bilionário sul-africano Patrice Motsepe, presidente da CAF (Confederação Africana de Futebol). Hoje, para a abertura da corrida às meias-finais, um jogo com estatísticas animadoras e cujo vencedor encaixa 2,5 milhões de dólares (cerca de 2,1 mil milhões Kz): os Palancas Negras, a mais goleadora selecção da prova (soma nove tentos), enfrentam a Nigéria, que, em sentido oposto, é a mais firme defesa da 34.ª edição do CAN (sofreu apenas um golo).
E não é só nos golos que Angola e Nigéria despertam a curiosidade à volta do duelo marcado para início da noite desta sexta-feira, 02, no estádio Félix Houphouët-Boigny. O duelo coloca frente a frente dois técnicos portugueses: Pedro Gonçalves, pelos Palancas, e José Peseiro, ao serviço das Super-Águias.
O histórico dos confrontos entre as duas selecções e, sobretudo, o percurso no CAN inibem prognósticos sobre o desfecho do jogo que dá boas-vindas aos 'quartos'. Os registos dão uma ligeira vantagem à Nigéria, com uma vitória à frente.
Em campo, estarão dois dos mais temíveis avançados deste CAN: Gelson Dala, atacante dos Palancas Negras, embalado na corrida para o melhor goleador da prova (soma quatro tentos, no 2.º lugar da ‘artilharia’); do lado nigeriano, os holofotes apontam para Victor Osimhen, que, não estando nos lugares cimeiros dos goleadores do CAN, basta o estatuto de melhor jogador de África da actualidade para aviso à navegação.
Outros milhões a desbloquear com vitória frente à Nigéria
Está instalada, em Angola, uma loucura pelo percurso dos Palancas Negras no CAN. É isso que explica o leque de ofertas de instituições bancárias e outras aos jogadores da Selecção Nacional.
O BAI deu o pontapé de saída aos incentivos, prometendo 5 milhões de Kwanzas a cada jogador, condicionando o seu ‘desbloqueio’ com a vitória nos oitavos-de-final. E, em campo, os Palancas deram boa conta do recado, vencendo a Namíbia, por claros 3-0.
Postos nos quartos-de-final, soou, nas hostes da Selecção Nacional, uma outra proposta, a bater, aliás, o 'record' do BAI: o banco Keve ‘abriu os cordões à bolsa’ e prometeu, em caso de triunfo frente à Nigéria, 8 milhões de Kwanzas a cada jogador.
Mas há mais desafios a empurrar os Palancas para a próxima fase: numa abordagem que viralizou nas redes sociais, o PCA da Unitel prometeu oferecer, a cada jogador, um iPhone e um ano de ligações grátis pela operadora de telefonia móvel detida pelo Estado. A exigência para que Fredy, Mabululu, Dala, Gilberto & Companhia assegurem o ‘negócio’ é a mesma de sempre: triunfo nesta sexta-feira.
Vão os Palancas Negras responder positivamente aos desafios vindos fora do relvado e ‘fechar’ os milhões prometidos, garantindo, assim, um lugar inédito nas meias-finais da mais mediática prova do futebol africano? Logo mais, vê-se…