Já está em vigor o Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Florestas da República de Angola e o Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais da República da Coreia sobre a cooperação para o aumento da produtividade de arroz no País.
Este acordo, celebrado em Junho deste ano, pelos dois países, consta, agora, da Carta de Aprovação no diário da República n.º 12/24, de 18 de Outubro, a que a revista Economia & Mercado teve acesso.
O protocolo de cooperação entre Angola e Coreia do Sul no domínio da produção de arroz, recorde-se, foi abordado durante a visita, no fim de Abril, do Presidente da República, João Lourenço, a Seul, capital da península asiática.
Dados oficiais recentes reportam que, anualmente, o País importa cerca de 470 mil toneladas de arroz, contra apenas 30 mil toneladas da sua produção em relação a um dos mais importantes bens da dieta alimentar dos angolanos.
“Na campanha agrícola passada, tivemos um aumento na ordem dos 241% na produção de trigo e de 158% na produção de arroz, fruto do engajamento dos produtores e acompanhamento do sector”, disse Domingos Veloso, director Nacional de Florestas, quando discursava, em Fevereiro último, em Luanda, na VI Conferência E&M sobre Agricultura.
Na ocasião, informou que, durante o período 2018-2022, o País gastou, só com a importação de arroz, cerca de 1,5 mil milhões de dólares: “O consumo anual de arroz está estimado em cerca de 500 mil toneladas, entretanto, a produção interna deste produto, tão importante na nossa dieta, está abaixo de 30 mil toneladas”.
Domingos Veloso elencou um conjunto de pressupostos que condicionam o aumento da produção de arroz e de outros produtos importantes na ‘mesa’ dos angolanos.
“A resposta para os baixos níveis de produção deste e de outros produtos agrícolas está no aumento da produção interna, na remoção dos constrangimentos ainda existentes e no reforço das políticas sectoriais para garantir a auto-suficiência destes produtos, uma vez que Angola reúne as condições naturais para tal, sendo que, no passado, já foi um dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas”, recordou.
Espelhou que a necessidade de se alavancar a produção interna de cereais, com destaque para o arroz e o trigo, levou a que o Ministério da Agricultura e Florestas elegesse o ano agrícola 2023-2024 como o “ponto de viragem” na abordagem que se tem sobre a produção destas duas importantes culturas, tendo, para o efeito, concebido o Plano de Fomento da Produção do Arroz e do Trigo.
“[Isso] sem descurar, naturalmente, a atenção que as outras culturas, integrantes desta cadeia, nos merecem, tais como o milho, o massango e a massambala, e, por extensão, o grão e as leguminosas, como a soja, o feijão, o amendoim e outros, pela sua importância na segurança alimentar e capacidade de impulsionar a produção pecuária e geração de economia de escala”, sublinhou o director Nacional de Florestas.