3
1
PATROCINADO

Atrasado no mercado de carbono, País emitiu 32 milhões de toneladas de dióxido de carbono em 2022

Victória Maviluka
25/10/2024
1
2
Foto:
Isidoro Suka

Produção de legislação especializada no assunto é um dos desafios que se colocam à implementação de um mercado de créditos de carbono em Angola.

Angola emitiu, em 2022, cerca de 32 milhões de toneladas de dióxido de carbono, entretanto, o País está atrasado na implementação de um mercado de carbono que possa reverter esta emissão para a sua balança comercial.

“Em Angola, em 2022, emitiu-se cerca de 32 milhões de toneladas de óxido de carbono, equivalentes a um outro resultado, principalmente as actividades petrolíferas, que representam aproximadamente 90% das exportações”, informou Paula Cristina Domingos Francisco, secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável.

“Mas quanto é que isto se reverte à nossa balança, quer nacional, quer internacional?”, questionou a governante, quando proferia o discurso de abertura da IV Conferência Economia & Mercado sobre Ambiente e Desenvolvimento, que decorre nesta sexta-feira, 25, em Luanda.

Para Paula Cristina Domingos Francisco, com a implementação de crédito de carbono, o País estará a enfrentar desafios “não só estruturantes, porque ainda carecemos de uma legislação, mas, também, nos abre um horizonte para juntos começarmos a reflectir e criarmos a conscientização sobre os benefícios deste mesmo mercado”.

Realçou que a reflexão sobre essa temática permite falar da importância do carbono, na qual se destaca como “um mecanismo crucial e essencial” para mitigar emissões de gás de efeito estufa e também gerar renda. 

A secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável observou que, à medida que Angola avança na trajectória de desenvolvimento, se torna “cada vez mais indispensável” garantir que o progresso económico “ande de mãos dadas” com a preservação ambiental. 

“Outrossim, e não menos importante, é a aprovação em curso de uma estratégia de electromobilidade, um importante instrumento do Executivo alinhado com os acordos internacionais, e, neste particular, ao Acordo de Paris, que visa contribuir significativamente para a transição energética e para a mobilidade sustentável”, destacou. 

No entanto, observou a governante, não se pode ignorar a dependência de Angola dos combustíveis fósseis, sendo que, segundo Paula Cristina Domingos Francisco, a pressão sobre os recursos naturais “colocam-nos diante de alguns paradoxos”. 

“Todavia, acreditamos que o caminho é para a frente e requer uma cooperação global sem precedentes. Devemos ultrapassar fronteiras políticas e económicas em prol de um bem comum”, afirmou.