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Aumento: Governo garante pagamento de retroactivos, mas Centrais Sindicais não descartam greve geral

Victória Maviluka
8/1/2025
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Foto:
DR

Vice-presidente da CGSILA mostra-se céptico a evoluções nas negociações, e aproveita para esclarecer que “em nenhum momento houve assunção por parte dos sindicalistas” para o adiamento.

O “retorno à greve geral” é o desfecho previsível caso o Executivo mantenha a pretensão de efectivar o aumento de 25% do salário da função pública em Março, e não em Janeiro, como acordado com as Centrais Sindicais em 2024, afirma, em entrevista à revista E&M, Francisco Jacinto, vice-presidente da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA).

Na reunião desta terça-feira, 07, em Luanda, com os representantes do Governo, Francisco Gaspar diz não terem ouvido “quaisquer novidades” em relação ao que Pedro Filipe, secretário de Estado para a Administração Pública e Segurança Social, havia avançado na conferência de imprensa realizada recentemente.

“Falou-se o que já se tinha falado. Mas aproveitámos a reunião para deixar claro que há um acordo que o Governo assumiu e deve cumpri-lo: o aumento de 25% dos salários dos funcionários públicos neste mês de Janeiro”, declara o sindicalista.

Ao falar à imprensa após o encontro com as Centrais Sindicais, Pedro Filipe voltou a associar razões ligadas à autorização legislativa ao adiamento dos aumentos salariais de Janeiro para Março, dada a sujeição da aprovação do pacote dos reajustes à Assembleia Nacional. 

"O Governo compreende a grande expectativa que existe, mas só conseguiremos satisfazer durante o primeiro trimestre do ano corrente", afirmou, nesta terça-feira, 07, o secretário de Estado para a Administração Pública e Segurança Social.

O governante assegurou que, face ao compromisso assumido no acordo, o Governo vai garantir o pagamento de retroactivos aos trabalhadores a contar do mês de Janeiro de 2025, tal como ficou acordado com as Centrais  Sindicais.

Em relação aos próximos passos das negociações, Francisco Gaspar informa que, nesta sexta-feira, 10, em Luanda, as Centrais Sindicais vão reunir-se com os representantes das classes sindicais do País para ouvir destes o parecer face à pretensão de o Governo efectivar o aumento salarial apenas em Março.

Mas o vice-presidente da CGSILA mostra-se céptico a evoluções nas negociações, e aproveita para esclarecer que “em nenhum momento houve assunção por parte das Centrais Sindicais” para o adiamento dos reajustes salariais, como avançou à imprensa Pedro Filipe. 

“Vamos sentar-nos com os Sindicatos, mas, à partida, não há muito que discutir, pois nós já temos a posição dos trabalhadores, que decidiram pela greve, que foi interrompida com o acordo que agora não se quer cumprir. O que deverá acontecer, por lógica, é o retorno às origens, à greve geral, caso o Governo não cumpra com o acordado”, declara Francisco Jacinto.