O Banco Angolano de Investimentos (BAI) registou pelo menos 94,9 mil milhões de Kwanzas em resultados no terceiro trimestre de 2024, o que reflecte a diminuição de quase 35% face ao período homólogo, conclui a E&M após análise dos balancetes da maior instituição bancária em Angola.
No terceiro trimestre de 2023, ilustram os números divulgados, o BAI obteve 146,7 mil milhões Kz. Se comparados os respectivos exercícios, verificar-se-á a redução de pelo menos 51,8 mil milhões Kz em 2024.
Apesar de o lucro ter diminuído, aproximadamente, 35%, o BAI registou um aumento de aproximadamente 12% nas disponibilidades. O montante desta rubrica passou de pelo menos 909,8 mil milhões Kz para mais de um bilião Kz.
Segundo pesquisa da E&M, quando um banco apresenta redução no lucro (em relação ao período homólogo), mas aumento na liquidez, sinaliza prioridade à segurança e estabilidade financeira sobre a rentabilidade.
O BAI, sugerem ainda pesquisas da E&M, mantém mais activos líquidos (caixa e título de alta liquidez) em relação ao passivo circulante, que pode ser resposta a um ambiente económico incerto. A estratégia permite àquele banco cobrir saques de clientes e outras obrigações de curto prazo.
Analistas explicam que o lucro terá diminuído porque o BAI concede pouco crédito, fruto da postura cautelosa a fim de evitar clientes com perfis de (altos) riscos. O facto reflecte o aumento da liquidez, pois os recursos que deveriam ser emprestados ficam disponíveis para atender às obrigações.
O aumento da liquidez, explicam analistas, pode reduzir as margens de lucro, especialmente se um banco investe menos em operações de crédito ou opta por activos de menor rentabilidade. Por exemplo, o banco pode investir em títulos públicos (mais seguros, mas menos lucrativos) em vez de emprestar a empresas e consumidores, que geralmente trazem maior retorno, mas também mais risco.
Em alguns casos, o aumento da liquidez e a diminuição dos lucros podem ser resultados de exigências regulatórias (como aumento do índice de capital mínimo) ou de mudanças nas taxas de juros, que podem afectar a rentabilidade das operações de crédito. (Contexto macro-económico).
A política monetária e as decisões do Banco Nacional de Angola (BNA), segundo analistas, influenciam a liquidez e rentabilidade das instituições bancárias.