Os preços dos bens e serviços essenciais vão disparar este ano, reduzindo o poder de compras em até 25%, segundo análise de especialistas nacionais e internacionais.
A saúde, a alimentação, as bebidas não-alcoólicas e os transportes estão entre os mais visados, assumindo a continuidade do quadro vivido em 2023.
Para os investigadores do Standard Bank Angola (SBA), a alta generalizada dos preços ficará acima dos 20%, sem metas específicas. A equipa da Trading Economics prevê, especificamente, que o aumento seja de 20%, de acordo com os modelos macro, e apontam uma redução 2,5 pontos percentuais para 2025, fixando-se em 17,50%.
Menos moderada são as análises da consultora Oxford Economics, que apontam para uma subida dos custos em 22% só no primeiro semestre do presente ano. A forte depreciação da moeda, com o Kwanza a transaccionar no pior valor de sempre, perto de 833 por dólar, levou a um ressurgimento da inflação alimentar, a que se junta a redução dos subsídios aos combustíveis, que começou a colocar pressão na inflação dos transportes”, escrevem analistas da Oxford Economics.
Quem vai mais ao longe são os pesquisadores do BFA, estimando um aumento de 24%, não baixando para menos de dois dígitos até 2025.
"Para 2024, a nossa perspectiva é de que a inflação continue acima dos 20%, ainda acelerando durante parte do ano, antes de voltar a abrandar. Por um lado, esperamos que ainda possa haver algum movimento de depreciação no primeiro trimestre de 2024, factor que contribuirá para maior inflação; por outro, é possível que haja mais movimentos de remoção dos subsídios aos combustíveis e que os custos de energia aumentem", escrevem analistas.
Embora divirjam nas metas apresentadas, as instituições corroboram que os custos retirarão, no mínimo, um quinto do poder aquisitivo dos consumidores. Essa análise contraria a previsão do Executivo no Orçamento Geral do Estado, o principal instrumento de gestão do país, que estima para o presente ano uma taxa de inflação de 15,3 %.
Ainda conforme analistas do BFA, não haverá alívio da política monetária nos próximos tempos, sendo possível novo agravamento das taxas de juro no primeiro semestre deste ano.
A luta contra a inflação "deve ainda perdurar por longo período, e o objectivo de inflação de um dígito voltará a não ser atingida pelo menos nos próximos dois anos", defendem analistas.
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Cost of Living Increases by 24% in 2024
Experts recommend that Angola exercises caution in macroeconomic management to mitigate the impact on the economy caused by a reduced supply of foreign currency liquidity.
The prices of essential goods and services will skyrocket this year, reducing purchasing power by up to 25%, according to analysis by national and international experts.
Healthcare, food and non-alcoholic beverages, as well as transportation, are among the most affected sectors, continuing the trend seen in 2023.
According to researchers from Standard Bank Angola, SBA, the overall price increase will exceed 20% without specific targets. The team at Trading Economics specifically predicts a 20% increase based on macro models, with a projected 2.5 percentage point reduction in 2025, stabilizing at 17.50%.
More pessimistic are the analyses from consulting firm Oxford Economics, which forecast a 22% increase in costs in the first half of this year alone. The sharp depreciation of the currency, with the kwanza reaching its worst-ever value of around 833 per dollar, has led to a resurgence in food inflation, coupled with the reduction of fuel subsidies, putting pressure on transportation inflation," write the analysts from Oxford Economics.
Going even further, researchers at BFA estimate a 24% increase, not falling to single digits until 2025.
"For 2024, our perspective is that inflation will continue to be above 20%, accelerating during part of the year before slowing down again. On one hand, we expect some depreciation in the first quarter of 2024, which will contribute to higher inflation; on the other hand, it is possible that there will be further removal of fuel subsidies and increased energy costs," write the analysts.
Although they differ in their target figures, the institutions agree that costs will erode at least one-fifth of consumers' purchasing power. This analysis contradicts the government's forecast in the General State Budget, the country's main management tool, which estimates an inflation rate of 15.3% for the current year.
According to BFA analysts, there will be no relief in monetary policy in the near future, and there may be further increases in interest rates in the first half of this year.
The fight against inflation "will endure for a long period, and the goal of single-digit inflation will not be achieved for at least the next two years," say the analysts.
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