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Dos 600 mil Kz em média da SONANGOL aos 35 mil de base da ENCIB, cabaz resiste a período de ‘apertos’

Victória Maviluka
31/12/2024
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Foto:
DR

Sector extractivo está entre os segmentos cujos cartões permitem maior estabilidade e opções aos trabalhadores no momento das compras para as festas de fim de ano.

Dezembro é um mês de alto consumo para as famílias e o pagamento pelas empresas do ‘13.º’, do cabaz de Natal ou do cartão de compras é a habitual ‘saída’ para que as famílias atendam às exigências da celebração do Natal e do Ano Novo. 

Dados apurados pela revista Economia & Mercado apontam para a preservação da cultura do cabaz pelas empresas, não obstante, em muitos casos, o ‘plafond’ para compras sofrer notável redução.

O sector extractivo, mormente petrolífero e diamantífero, está entre os segmentos cujo cabaz, traduzido quase sempre no fornecimento de cartões de compra, permite maior estabilidade aos trabalhadores no momento de aquisição de produtos para as festas de fim de ano. 

Na petrolífera SONANGOL, maior empresa do País, e na Catoca, subsidiária da diamantífera estatal ENDIAMA e da russa Alrosa, o valor do cartão de compras de Natal entregue aos funcionários ronda, em média, os 600 mil Kwanzas, sabe a E&M. 

Não muito longe desta quantia, a ANIESA, Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar, garantiu, nesta ponta final de 2024, compras aos trabalhadores numa das superfícies comerciais no valor de 400 mil Kz.

A Unitel, principal operadora de telefonia móvel do País, adoptou, nos últimos anos, um regime de pagamento do subsídio de Natal com recurso ao serviço Unitel Money.

“Fizeram isso para dar utilidade a este serviço. O subsídio [de Natal] é de 280 mil Kwanzas, mas, no final das contas, este valor reduz, em face das despesas com o serviço”, diz, com ares de contestação, um funcionário sénior da empresa participada pelo Estado.

Na ENDE, os trabalhadores ainda não viram os valores do subsídio de Natal reflectidos nas suas contas, apesar de, à semelhança de todas as instituições estatais, terem já recebido o ‘13.º’. 

Entretanto, confidencia uma fonte da companhia estatal especializada em electricidade, uma directiva da empresa acautela que o subsídio de Natal, no valor de 250 mil Kwanzas, será pago em duas tranches, a primeira das quais em Janeiro próximo.

Sem deixar de garantir aos trabalhadores algum incentivo suplementar para os gastos de fim de ano, mas com valores muito reduzidos, estão algumas instituições da Administração Pública e empresas geridas pelo Estado.

Na Imprensa Nacional, os cartões de compra para funcionários de base estão avaliados em 50 mil Kwanzas, um pouco abaixo do que se carregava no passado.

“Nos anos passados, recebíamos um pouco mais. A empresa resolveu-nos a questão do apoio com o transporte, talvez por conta disso tenha decidido em reduzir o plafond”, atira um funcionário da Imprensa Nacional, que não quis identificar-se. 

Cinquenta mil Kwanzas é o quanto, igualmente, muitos dos funcionários do distrito urbano do Kima Kieza, jurisdição da Administração Municipal do Cazenga, receberam para as compras de fim de ano. 

“Mas há colegas de outros distritos que receberam um pouco mais; uns receberam 100 mil Kz, como é o caso do distrito do 11 de Novembro”, observa, inquieto e perplexo com a distinção, um cidadão colocado nos Serviços de Fiscalização do Kima Kieza.

Para provável surpresa de muitos, na banca, há subsídios de Natal que andam longe do estatuto conferido por muitos cidadãos a este sector financeiro.

“Este ano, recebemos cartões no valor de apenas 50 mil Kwanzas. Muita gente pensa que nós que trabalhamos no banco ganhamos bem, mas não é bem assim”, desabafa uma funcionária do Banco Millennium Atlantico.

Quem alinha pelo mesmo diapasão é um trabalhador de uma empresa que presta serviços à SONILS, a subsidiária da estatal SONANGOL para as questões de logística.

“Antes, recebíamos 250 mil Kz como subsídio de Natal, mas, hoje, só nos dão 120 mil. Apesar de sermos uma empresa privada, deviam pagar-nos melhor por prestarmos serviço a um sector importante para o País”, atira o trabalhador.

Mas há cartões de compra que “só valem mesmo pelo gesto das empresas, pois não servem para fazer praticamente nada”, descarrega, por sua vez, um funcionário de base da construtora ENCIB, que recebeu da empresa adstrita ao Governo Provincial de Luanda 35 mil Kz como reforço para despesas de fim de ano.