O Executivo de João Lourenço definiu o objectivo de chegar aos 600 Megawatts até 2025, guiando-se através do documento Atlas das Energias Renováveis e Visão para o Sector Eléctrico (AERVSE), publicado pelo Ministério da Energia e Águas em 2014. Mas, toda a ambição do projecto se esbarrou nas dificuldades do contexto, e hoje, conforme uma fonte do referido Ministério, contactada pela E&M, a capacidade está fixada nos 225 Megawats, sendo 150 Megawats provenientes do parque foto voltaico do Biópio e outros 75 Megawats do parque da Baía Farta, ambos na província de Benguela.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, à excepção do ano 2018, em que o sector da Energia e Águas contribuiu com mais de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo tem tido fraca participação neste indicador, tendo registado um contributo de 0,3% em 2017, um saldo negativo de 0,1% em 2019, seguido de uma recuperação tímida para 0,1% e 0,2% em 2020 e 2021, respectivamente. Conforme os mesmos dados, o contributo do sector da electricidade na economia, no segundo trimestre de 2022, foi de 0,02 pontos percentuais, tendo observado uma variação positiva de pouco mais de 2,2%, se for comparado com o período homólogo.
Entretanto, a caminhada rumo à transição energética vai obrigar o surgimento de uma nova indústria que terá de ser capaz de responder à necessidade de geração de riqueza e à procura pelo consumo de energia que, segundo o relatório do Ministério da Energia e Águas, com o título “Visão de Longo Prazo do Sector Eléctrico”, deve crescer 12,5% e chegar aos 39,1 TWh até 2025, com um forte peso do segmento doméstico (37%) e um importante contributo dos serviços (28%) e da indústria (25%), e que, na visão do ambientalista Vladmiro Russo, tem como principal desafio a electrificação das zonas rurais e a definição de uma estratégia funcional para a criação de um sistema de pagamentos e clarificação de quem efectivamente paga.
Para o consultor ambiental, Angola está a seguir os preceitos que estão definidos no Plano Estratégico Angola 2020 – 2025, que prevê mudar a matriz energética para uma matriz mais limpa. “As mudanças na barragem de Cambambe e na barragem do Laúca são exemplos dos nossos avanços”, salientou Vladmiro Russo.
Segundo o documento do Ministério da Energia e Águas, um acréscimo nos índices de energias verdes vai implicar forte investimento na produção, no transporte e em toda a infra-estrutura de suporte da cadeia eléctrica, que deve chegar aos 43 mil milhões USD até 2025. Russo reforçou que esta empreitada terá de ser não só capaz de equilibrar as necessidades de aumento das energias limpas nas contas gerais da electricidade, mas também acompanhar a lei da procura e oferta, de modo a que se venda mais, até mesmo para o exterior, e se possa, por meio da energia, criar riqueza.
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Energies with muted importance in GDP
Despite the government’s stated goal of producing 600 megawatts of energy by 2025, their official data indicates that the energy and water sector in the country has had a weak contribution to the generation of wealth. With the exception of 2018, this sector has contributed less than 2% of the GDP.
As guided by the Atlas of Renewable Energy and Vision for the Electric Sector (AERVSE), a document published by the Ministry of Energy and Water in 2014, João Lourenço’s administration set its goal of producing 600 megawatts by 2025. But the ambitious objective quickly ran into the contextual difficulties. As revealed by a source from the aforementioned Ministry, contacted by E&M, current capacity is fixed at 225 megawatts, with 150 Megawatts coming from the photovoltaic park in Biópio and another 75 megawatts coming from the Baía Farta park, both located in Benguela province.
National Statistics Institute (INE) data shows that with the exception of 2018, in which the energy and water sector contributed more than 2% to Gross Domestic Product (GDP), its contribution has been low. In 2017 it was a mere 0.3%, while in 2019 it showed a negative balance of 0.1%; this was followed by a timid recovery to 0.1% and 0.2% in 2020 and 2021, respectively. According to the same data, the electricity sector’s contribution to the economy, in the second quarter of 2022, was 0.02 percentage points, having observed a positive variation of just over 2.2% if compared to the same period the previous year.
However, the journey towards a sustainable energy transition will require a new industry with the capacity to generate wealth and effectively deal with demand for increased energy consumption, which, according to a report by the Ministry of Energy and Water, entitled “Long-term vision for the electricity sector”, is expected to grow 12.5% and reach 39.1 TWh by 2025, with a strong share from the domestic segment (37%) and an important contribution from services (28%) and industry (25%), and which, in environmentalist Vladmiro Russo’s view, has as its main challenges rural area electrification and the creation of a functional payment system, as well as clarification on who actually pays.
For the environmental consultant, Angola is following the precepts that are defined in the Angola 2020 – 2025 strategic plan, which foresees changing and cleaning the energy matrix. “The changes to the Cambambe and Laْca Dam are examples of our progress,” said Vladmiro Russo.
According to the document from the Ministry of Energy and Water, an increase in green energy rates will imply strong investment in production, in transport and in the entire support infrastructure that underpins the generation of electricity; such investment should reach USD 43 billion by 2025. Vladmiro Russo reinforced that this undertaking will have to be able to not only balance the needs of increasing clean energy in general electricity bills, but also to follow the law of demand and supply, so that more energy is sold, even abroad, to create wealth.
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