A China Gezghouba Group Corporation (CGGC), construtora do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, na província do Cuanza-Norte, garantiu, nesta quinta-feira, 14, que estão superados os constrangimentos financeiros no processo de construção da imponente barragem, que está a ser instalada na bacia do rio Kwanza.

“A CGGC vai redobrar os esforços para cobrir e responder ao pedido inequívoco sobre a geração de energia do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça. Não existe mais constrangimentos de financiamento pelas entidades financeiras chinesas”, assegurou Tan Hua, presidente da CGGC, após ter sido recebido em audiência, na China, pelo Presidente angolano, João Lourenço.

O empresário chinês recordou, em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), que a barragem de Caculo Cabaça será “a maior” do País e uma referência em África, tendo em conta a projecção da sua capacidade de produção de energia eléctrica: 2.170 megawatts.

Em Fevereiro último, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, reportou sobre atrasos no pagamento ao fiscal ou projectista da obra, prometendo trabalhar com o Ministério das Finanças no sentido de acautelar constrangimentos futuros.

Já na China, e falando à Rádio Nacional de Angola (RNA), no âmbito da visita que o Presidente da República, João Lourenço, realiza no país que detém a segunda maior economia do mundo, João Baptista Borges recordou que, segundo o caderno de encargos, a primeira unidade de geração de energia da barragem de Caculo Cabaça deve arrancar nos finais de 2026.

“São quatro unidades, quatro máquinas. As outras vão sendo lançadas na sequência da primeira e prevemos que, no final de 2027 e início de 2028, a última unidade esteja em operação. Esta é a nossa perspectiva”, avançou o titular da Energia e Águas à RNA.

Numa declaração recente, o director do projecto, Augusto Chico,  informou que a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça está na ordem dos 14,07% de execução física e 15% financeira. A obra conta com mais de 2000 trabalhadores, entre nacionais e estrangeiros.

O empreendimento é co-financiado pela República Popular da China, na componente de construção civil e do sistema de transporte associado, no valor de 4,5 mil milhões de dólares, e pela Alemanha, na parte do fornecimento e montagem do equipamento electromecânico, orçado em 1,02 mil milhões USD.

A construção daquela que é considerada a maior obra de engenharia da história do País teve o pontapé de saída em 2017, numa cerimónia presidida pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos.