1
2
3
4
  • EURUSD

    ---/--- 
  • GBPUSD

    ---/--- 
  • USDCAD

    ---/--- 
  • USDCHF

    ---/--- 
  • USDJPY

    ---/--- 
  • #C-BRENT

    ---/--- 
  • #C-COFFEE

    ---/--- 
  • XAGUSD

    ---/--- 
  • XAUUSD

    ---/--- 
  • &BRENT/EUR

    ---/--- 
IFC Markets Live Quotes
Powered by
PATROCINADO

Fundação BAI duplica para 2,1 mil milhões Kz dotação para acções de responsabilidade social em 2025

Victória Maviluka
10/3/2025
1
2
Foto:
Carlos Aguiar

Instituição de cariz social registou um nível de execução das acções em 2025 na ordem dos 98%. Fundação diz que há valores que ficaram ‘engavetados’ por falta de propostas credíveis.

A Fundação BAI, o ‘braço’ da instituição bancária vocacionado para acções de responsabilidade social, duplicou a dotação orçamental para as actividades relativas a 2025 nos pilares da Educação, Saúde, Cultura e Desporto, informou a administradora-delegada da organização filantrópica.

Em conferência de imprensa, realizada nesta segunda-feira, 10, em Luanda, Tchissola Mosquito referiu que o orçamento de 2025 fixou-se em cerca de 1,6 mil milhões Kz, e, apesar de considerar o aumento “um valor muito respeitável”, observou que, ainda assim, “é pouco”, olhando para a demanda.

Informou que, em relação ao exercício do ano passado, a Fundação Banco Angolano de Investimentos registou um nível de execução dos projectos inscritos para apoio social na ordem dos 98%.

Sublinhou os projectos inscritos no plano de actividades para o presente ano, com destaque para um programa de apoio à terceira idade e a pessoas com espectro autista, além de ajuda às comunidades, conferências, apoio a bolseiros e voluntariado e reabilitação de infra-estruturas sociais.

Tchissola Mosquito realçou que, para o presente ano, o programa Caminhos de Transformação, inserido no leque de acções da Fundação BAI, tem disponíveis 200 milhões de Kwanzas para atender a 40 projectos com impacto social relevante.

“Temos, para este ano, assim como tivemos o ano passado, um foco total nas pessoas, nas comunidades, no desenvolvimento e na capacitação das instituições (...) Ou seja, o foco é na sustentabilidade, é termos projectos que sejam sustentáveis e que possam, desta forma, transformar gerações”, disse.

Administradora-delegada da Fundação BAI

No momento de perguntas e respostas, a administradora-delegada da Fundação BAI respondeu a seis questões colocadas pela revista Economia & Mercado a respeito do programa de responsabilidade social para este ano.

Apresentou o valor de 2,1 mil milhões de Kwanzas como dotação para as acções de responsabilidade social do BAI este ano. O que esta quantia representa em relação ao exercício passado?

A nossa dotação, felizmente, este ano subiu em mil milhões de Kwanzas. Este ano, temos 2,1 mil milhões de Kwanzas, o que permite termos um programa com bastante dignidade. Apesar de ser um valor muito respeitável, ainda assim, é pouco, portanto, [para o ] que é necessário fazer. Precisamos que os parceiros se envolvam, também, com a Fundação e, juntos, conseguirmos fazer mais e melhor.

Como são definidos os critérios de atendimento a projectos, tendo em conta a perspetiva nacional do BAI? Os critérios são aleatórios?

O Banco BAI está nas 21 províncias, está em todas e isto, também, serve de conforto para a nossa acção. Temos sempre o apoio da ‘Casa Mãe’ para onde quer que decidamos ir. Foi a estratégia da Fundação olharmos mais para o Leste do País, sobretudo, porque são zonas que têm tido menos apoios. Seria mais simples, talvez, olharmos para as regiões que estão mais desenvolvidas e que têm tido mais apoios, como Benguela, Lubango… Não estamos nestas províncias, queremos estar no Uíge, Moxico, Lundas, em Malanje. Com os nossos projectos, de alguma forma, estarmos mais voltados para as zonas em que até os próprios jovens angolanos têm menos conhecimento, porque são menos divulgadas. A nossa missão não foi aleatória, nada neste programa foi aleatório, nada que fazemos é aleatório. Cumprimos uma estratégia, um programa. Em 2025, vamos para Cabinda, vamos estar nessa zona do País.

A Fundação faz algum tipo de acompanhamento dos projectos por si financiados, diríamos acompanhamento regular?

A Fundação BAI, na sua organização, é dividida por três gabinetes, sendo que um dos gabinetes é o de Avaliação e Monitoria. Temos um gabinete que faz o acompanhamento, faz as deslocações para a visita dos nossos projectos, que nós acompanhamos. E como, também, já tinha referido, temos projectos de continuidade, portanto, os nossos projectos são todos de continuidade, projectos que se querem sustentáveis. Para quê? Para que, daqui a alguns anos, possamos medir e mensurar; temos que chegar ao final e perceber que aquilo em que investimos resultou em X. E temos conseguido fazer isso.

Disse que a Educação é o principal pilar das acções da Fundação. Com quanto ficará a Educação no ‘bolo’ dos 2,1 mil milhões Kz para este ano, e o que restará para outros segmentos?

Tentamos dividir o valor da dotação pelos projectos e, obviamente, os projectos não têm todos as mesmas necessidades. O projecto em que investimos mais fundos é o dos bolseiros. Metade da nossa dotação vai para os bolseiros. Portanto, é um valor muito grande, é um investimento muito bom.

Isto é, de facto, estarmos a investir nas próximas gerações. 1.6 [mil milhões Kz], é o valor que investimos só no pilar da Educação. Depois, o restante é dividido pelos outros projectos. Mas, obviamente, Educação e Saúde acabam por ter um valor maior do que os restantes.

Duas ONG vieram para esta conferência claramente para ‘venderem o seu peixe’, apresentarem os seus projectos, no sentido de convencer a Fundação BAI a dar-lhes apoio. Afinal, como é que o procedimento de selecção de projectos é feito?

Nós, no programa Caminhos de Transformação, que é um programa de apoio puro, apoiamos instituições de solidariedade social. Temos 200 milhões de Kwanzas para esses projectos. Então, estamos abertos a candidaturas. No ano passado, tivemos muito poucas candidaturas. Tínhamos dinheiro para dar e não tínhamos a quem dar. Não tínhamos instituições preparadas para isso.

Há um júri que fará esse acompanhamento, há um regulamento, isso será tudo [divulgado] nas redes sociais. Terão tempo as instituições para se prepararem. Mas, também, queremos apoiar instituições apoiáveis. O que é uma instituição apoiável? É uma instituição que está preparada não só para gerir fundos, mas que tem um projecto de A a Z, que mostre que, de facto, dá impacto para o valor que é solicitado. Teremos, nos próximos dias, mais informação sobre Caminhos de Transformação.

A Fundação BAI tem noção da qualidade dos 2,1 mil milhões Kz que colocará à disposição do seu programa de responsabilidade social em relação à quantia que outras instituições bancárias, diríamos ‘concorrentes’, alocam para o mesmo fim?

A Fundação não é uma instituição comercial, então, não consideramos que em responsabilidade social existam concorrentes; existem agentes fazedores de responsabilidade social que se interessam, que se empenham. Então, para responsabilidade social, não considero que exista concorrência. Quantos mais bancos, quantos mais parceiros, quantos mais agentes, quantas mais empresas públicas ou privadas estejam envolvidos nestes sectores, melhor para todos nós. Aliás, comecei esta intervenção a dizer que este plano de actividade será melhor sucedido se tiver parceiros que queiram caminhar juntos.