A Justiça da Grã-Bretanha congelou os activos de Isabel dos Santos e do oligarca ucraniano Dmytro Firtash, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira, 21, no que dizem ser parte de uma nova repressão ao "dinheiro sujo".
As medidas, segundo a agência Reuters, foram o primeiro passo para reforçar o regime de sanções anticorrupção da Grã-Bretanha, conforme prometido na eleição de Julho, disse o governo trabalhista.
"Esses indivíduos privam os seus concidadãos de financiamento muito necessário para educação, saúde e infra-estrutura para o seu próprio enriquecimento", disse o secretário de Relações Exteriores, David Lammy, em comunicado.
Em Setembro último, Isabel dos Santos perdeu um apelo que fez em Inglaterra contra uma decisão anterior de um tribunal que ordenou o congelamento de cerca de 580 milhões de libras esterlinas (778 milhões de dolares) dos seus bens.
O congelamento tinha sido ordenado depois de a companhia de telecomunicações angolana UNITEL ter iniciado uma acção em tribunal contra a empresária.
O processo legal envolve empréstimos que Isabel dos Santos, enquanto presidente da UNITEL, autorizou a favor da companhia holandesa Unitel International Holdings (UIH) em 2012 e em 2013 para financiar a aquisição de acções por esta companhia de telecomunicações.
Os empréstimos nunca foram pagos e, segundo os advogados da UNITEL, a companhia de Isabel dos Santos deve ainda cerca de 300 milhões de libras esterlinas (cerca de 401 milhões de dólares).
A empresária, que tem repetidamente negado acusações de corrupção e desvio de fundos, alegou que a UNITEL é a responsável pela falta de pagamentos da UIH porquanto o Governo angolano confiscou os bens da UIH, tornando, assim, impossível a esta companhia efectuar os pagamentos.