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PATROCINADO

Infra-estruturas de apoio à pesca precisam-se

José Zangui
6/8/2021
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Foto:
Carlos Aguiar

Tanto a nível privado quanto público, nos últimos anos foram feitos investimentos em infra-estruturas de apoio à actividade pesqueira, e transformação de pescado, mas ainda não suprem as necessidades.

Em 2010, o Estado angolano investiu mais de dois milhões de dólares na Doca flutuante da Boavista, para a reparação de embarcações industriais e semi-industriais, mas, de momento, essa infra-estrutura não funciona e, brevemente, será entregue à gestão privada, segundo fonte da empresa contactada pela Economia & Mercado.
Ainda na Boavista, há outra Doca, de gestão russa, para a reparação de barcos de aço. Entretanto, não atende a barcos semi-industriais, que são a maioria em Angola e de angolanos, segundo Almodovar Simeão, chefe da Lota do Porto Pesqueiro da Boavista.

Dentro do Porto Pesqueiro há três fábricas de gelo pertencentes à Futurus, entidade privada. De acordo com o seu director de produção, Alfredo Nicolau, não tem concorrentes e apoia todas as embarcações que ali atracam. Nestas infra-instruturas, estão empregados sete funcionários.

Face à quase inexistência de infra-estruturas, “Sr. Selvagem” é a solução. De seu nome Arménio Lopes, é proprietário de um estaleiro de barcos de madeira, localizado no distrito da Samba, em Luanda, onde repara embarcações de madeira, de grande e médio portes. Entende que devia haver mais estaleiros, mas “não há vontade da parte do Governo”, que “deixa que barcos morram no mar e pessoas vão para o desemprego”, acusou. Na sua oficina, Arménio Lopes trabalha com profissionais de várias especialidades, com destaque para carpinteiros navais, electricistas, serralheiros e soldadores.

A E&M tentou, sem sucesso, obter dados do movimento e receitas do Porto Pesqueiro, nos últimos dois anos. O chefe do GTI da Pescangola (empresa gestora do Porto), Yuri Silva, justificou com a ausência no país do presidente do Conselho de Administração, Sebastião Macunge.

Em contrapartida, dados disponíveis indicam que o Porto Pesqueiro da Boavista registou, em 2019, a atracagem de 719 embarcações industriais, o que resultou na descarga de 7.506 toneladas de pescado de diferentes espécies, com destaque para a sardinha.

Fora de Luanda, dois terços da população do Tombwa, pelo menos sete mil habitantes, dependem directamente da actividade pesqueira, na qual se encontram cadastradas 25 empresas ligadas à captura, salga e seca, e farinha, óleos e comercialização de pescado, de acordo com dados da Administração local.

No Tombwa, já começa a crescer o número de unidades transformadoras de pescado. Tem a única fábrica de conservas de pescado do país. Em 2016, a Pes-Sul investiu cerca de quatro milhões de dólares numa fábrica de conservação. De acordo com o responsável da empresa, Enrique Flores, em entrevista à Angop, a fábrica entrou em funcionamento com uma linha de produção de 200 mil latas de atum por dia e outra para 50 mil latas de carapau.

Ainda no Tombwa, há uma fábrica de processamento de farinha de peixe e óleo, denominada Oceana Boa Pesca, inaugurada em 2016. Os custos de reabilitação e aquisição de equipamentos orçaram em 10 milhões de dólares. A unidade tem capacidade para a produção de 60 toneladas por dia.

A nível de investimento publico, foi construído o Porto Pesqueiro, que conta com três cais, dois deles destinados a pequenas e médias embarcações, e um outro, com dimensão industrial, está para grandes embarcações. O Porto Pesqueiro e o Entreposto Frigorífico são empreendimentos orçados em 23,5 milhões de dólares.

No Porto Pesqueiro do Tombwa, atracaram, em 2019, 31 embarcações, das quais 10 semi-industriais, 10 artesanais, tendo descarregado um total de 1.300.000 toneladas de pescado. As espécies mais descarregadas neste período foram carapau, cavala, sardinha, cachucho, judeu e enchova.

Leia o artigo completo na edição de Julho, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Support infrastructures for fishing are needed

In the past few years, both private and public investments have been made in infrastructure to support fishing and fish processing activities, but they still do not meet the needs of the sector.

In 2010, the Angolan government invested more than two million dollars in the Boavista floating dock, used in the repair of industrial and semi-industrial boats. However, this infrastructure is currently out of operation and will soon be handed over to a private company, according to a source contacted by Economia & Mercado (E&M).

In Boavista, there is another dock, managed by Russians, for the repair of steel boats. However, it does not serve semi-industrial boats, which are the majority in Angola and owned by Angolans, according to Mr. Almodovar Simeão, head of the Boavista Fishing Port Dock.

Within the Fishing Port facilities there are three ice-making plants owned by Futurus, a private company. According to Futurus’ production manager, Mr. Alfredo Nicolau, there are no competitors and, therefore, his company supports all vessels at the dock. The company employees seven people.

Given the almost non-existence of infrastructures, “Mr. Wild” is the solution. His name is Arménio Lopes, and he owns a boatyard for wooden boats, located in the district of Samba, in Luanda, where he repairs large and medium-sized wooden boats. He believes there should be more boatyards, but “there is no willingness on the part of the Government”, who “allows boats to die in the sea and people to become unemployed”, he accused. In his workshop, Arménio Lopes works with professionals with various skillsets, especially naval carpenters, electricians, locksmiths, and welders.

E&M tried to obtain data on the Fishing Port operation and revenues in the past two years, with no success. The GTI chief for Pescangola (the company managing the port), Mr. Yuri Silva, justified the lack of response saying that the Chairman of the Board of Directors, Mr. Sebastião Macunge, was out of the country.

However, available data indicate that, in 2019, the Boavista Fishing Port recorded the docking of 719 industrial vessels, which resulted in the unloading of 7,506 tons of fish of different species, with emphasis on sardines.

Elsewhere in the country, two thirds of the population of Tombwa, at least seven thousand inhabitants, depend directly on fishing. According to the Tombwa administration records, 25 companies are involved in fishing, fish salting and drying, production of fishmeal and oil, as well fish sale.

The number of fish processing plants is growing in Tombwa, and it has the only fish canning plant in the country. In 2016, Pes-Sul invested about four million dollars in a canning plant. In an interview with Angop, Mr. Enrique Flores, the company head, said that at the start of operation the plant produced 200,000 cans of tuna per day, plus 50,000 cans of horse mackerel.

Also in Tombwa, there is a fishmeal and oil processing plant, called Oceana Boa Pesca, which opened in 2016. The cost of rehabilitation and equipment acquisition was $10 million. The plant’s production capacity is 60 tons per day.

In terms of public investment, the highlight is the construction of a three-pier Fishing Port. Two of the piers are for small and medium-sized vessels, while the third one is used by large vessels. The Fishing Port and the Cold Storage Unit cost 23.5 million dollars to build.

In 2019, a total of 31 vessels docked the Tombwa Fishing Port, including 10 semi-industrial and 10 artisanal vessels, and unloaded a total of 1,300,000 tons of fish. The most unloaded species in this period were horse mackerel, mackerel, sardines, large-eye dentex, frigate tuna and anchoveta.

Read the full article in the July issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).