O Presidente da República manifestou o seu pesar pela morte, ontem em Lisboa, de Rui Mingas, uma “personalidade de grande prestígio”, que várias vezes representou Angola “com talento, competência e dignidade”.
Numa mensagem à família, João Lourenço refere que Rui Mingas começou por elevar o nome de Angola no atletismo profissional em Portugal e, desde cedo, se afirmou como compositor e cantor, como símbolo de resistência contra o poder colonial.
“Pertencem-lhe vários clássicos da música angolana, entre eles a música do Hino Nacional”, reconhece o Chefe de Estado na sua mensagem.
João Lourenço ressalta ainda os cargos de responsabilidade política desempenhados por Rui Mingas na Angola independente, tanto a nível interno como externo, tendo sido deputado à Assembleia Nacional, secretário de Estado da Educação Física e Desporto, embaixador e reitor de uma universidade privada.
De acordo com o Presidente da República, a morte de Rui Mingas empobrece o país e deixa luto à sua família e toda uma vasta legião de amigos e companheiros de trabalho.
“A todos, em particular a sua viúva e filhos, expressamos as nossas condolências e os nossos sentimentos de pesar”, lê-se na nota.
Rui Mingas, de 84 anos, morreu ontem em Lisboa vítima de doença prolongada, foi embaixador de Angola em Portugal na década de 1990, tendo sido condecorado, em 26 de julho de 1995, com a Ordem do Infante D. Henrique, que distingue quem tenha prestado serviços relevantes a Portugal, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores.
Coautor com Manuel Rui Monteiro de “Angola Avante”, o hino da República de Angola, Rui Mingas, natural de Luanda, foi também praticante de atletismo nas décadas de 1950 e 1960, tendo competido no salto em altura e nos 110 metros barreiras, conquistando um recorde nacional de Portugal, em 1960.