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Luanda vive o frenesim da passagem de ano

Fernando Baxi
31/12/2024
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Foto:
DR

Quanto à segurança e tranquilidade pública, os agentes da Polícia Nacional foram destacados nas primeiras horas da noite, principalmente nas zonas críticas.

Os luandenses vivem os últimos momentos de 2024. A interdição de algumas vias no centro da cidade de Luanda, por conta da 68.ª edição da corrida de São Silvestre complicou a vida dos automobilistas e dos citadinos dependentes dos transportes públicos precários na tarde do dia 31 de Dezembro. Os impacientes percorreram longas distâncias caminhando.

Fora do centro da cidade Luanda, principalmente na rua 21 de Janeiro, Mártires do Kifangondo, distrito urbano da Maianga, o trânsito automóvel também estava congestionado. Ainda assim, a satisfação de chegar ao último dia do ano são e salvo era patente no rosto de cada indivíduo que passava por aquela zona da província de Luanda.

“Este engarrafamento está demais, os táxis estão difíceis. Saí da Mutamba a pé e vou continuar até ao Cassequel do Buraco”, comentou Adriano Manuel ‘Dadinho’ Maravilha, jovem de 27 anos de idade que se mostrou entusiasmado por chegar ao último dia de 2024, apesar de ter pouco dinheiro para festejar com apoteose a passagem de ano.

Se o frenesim tomou conta das ruas de Luanda, sobretudo na tarde e ao cair da noite, o mesmo jamais se pode dizer do movimento nos supermercados de referência da capital (Kero, Shoprite e Kibabo), que apesar da fluência de clientes, estava longe de ser comparado com o dia 24 de Dezembro, véspera de natal, no calendário gregoriano.

A capacidade de compra foi a causa principal da pouca afluência dos clientes, como admitiu Albano Gaspar, morador do bairro Mártires do Kifangondo, que foi ao Kero fazer compras para festejar a passagem de ano, mas saiu de lá desmoralizado pelo custo dos bens.

“Uma grade de cerveja Cuca (em lata) custa 11 mil 800 Kwanzas, peru 12 mil 634 Kz, azeite doce 17 mil Kz e um cartão de ovos 5 mil 240 Kz. Uma garrafa de vinho de qualidade custa os olhos da cara”, lamentou o morador do antigo bairro Salazar em declarações à E&M.

Apesar de sentir pelo custo dos bens no supermercado Kero, Madalena dos Santos, outra residente da circunscrição citada, reclamou menos em relação ao vizinho.

“Os preços estão puxados, mas estamos obrigados a comprar. Sei que nem todos têm a capacidade de adquirir uma tábua de bacalhau nesta loja, temos de nos contentar foi sempre assim neste País”, afirmou Madalena dos Santos que acredita em dias melhores.

Na Shoprite do Palanca as reclamações foram mais pelo preço do bacalhau, embora os preços de outros bens de consumo estavam quase na mesma fasquia. O preço da cerveja estava mais barato no supermercado sul-africano, em Angola, há mais de uma década.

“Algo tem de ser feito. A tábua de bacalhau de menos de um quilograma custa 13 mil Kz, o mais caro está avaliado em 19 mil 999 Kz. O que se quer com este povo?”, questionou Moreira Domingos Falcão que se mostrou ainda mais indignado ao tomar conhecimento do custo de um litro de azeite doce ‘Frami Angola’, 22 mil 999 Kz. “Estou sem palavras”, disse.

Uma grade de cerveja Cuca na Shoprite custa 9 mil 359 Kz, a de Eka 9 mil 119 Kz.

Quanto à segurança e tranquilidade pública, os agentes da Polícia Nacional (PN) foram destacados nas primeiras horas da noite, principalmente nas zonas críticas da província de Luanda, a título de exemplo no município do Cazengo, onde o índice de delinquência voltou a preocupar os munícipes daquela circunscrição que já foi uma zona industrial.