Tem formação média em Agronomia pelo Instituto Agrário do Tchivinguiro (Huíla) e um curso superior em Gestão Pública, na especialidade de Recursos Humanos, feito na República da Namíbia. Actualmente, está a concluir uma especialização também em RH numa Universidade Ibero-Americana e é a directora dos Recursos Humanos (RH) do Centrooptico Angola, acumulando mais de 15 anos de experiência profissional na área. Nesta entrevista, fala sobre a importância das relações humanas, da formação académica e profissional de jovens, bem como sobre a igualdade do género.
Leia também sobre o maior evento de óculos denominado MIDO, para além do negócio dos óculos (economiaemercado.co.ao)
Em que circunstâncias sai do Leste para o Centro-Sul do país?
Sou natural da província do Moxico, da cidade do Luena, onde vivi até aos meus 15 anos. Por causa das condições, que na altura não eram muito boas para dar continuidade aos meus estudos, os meus pais mandaram-me para as províncias de Benguela e da Huíla, onde tenho parentes paterno e materno. Comecei a estudar em Benguela e depois me mudei para a província da Huíla, onde me formei em agronomia no Instituto Agrário do Tchivinguiro. Mas não era o que eu queria! Foi quando surgiu a oportunidade para residir no estrangeiro. Mudei-me para a Namíbia, onde fiquei por cinco anos. Foi lá onde me licenciei em Gestão Pública e descobri a gestão de pessoas.
É prazeroso gerir relações humanas? Porquê?
Trabalho em recursos humanos há mais de 15 anos, nunca trabalhei noutra área. Gosto de trabalhar com pessoas, tenho aprendido bastante com elas, tem sido prazeroso. Se tivesse de fazer mais formações, estaria sempre ligada à área de recursos humanos, porque tudo quanto tem a ver com pessoas me dá gosto, prazer e paixão. Gosto muito de ajudar as pessoas a crescer profissionalmente. É uma vocação e acredito que tem muito a ver com a minha mãe, porque ela também é muito dada às relações humanas.
Tem havido estrangulamentos nas relações familiares onde o homem e a mulher trabalham. Justifica-se essa quezília?
Acho que é um assunto que pode ser analisado e ultrapassado com normalidade. Se existem dois seres – mulher e o homem que têm uma família e ambos têm responsabilidades profissionais e familiares –, acho que nenhum deles é superior ao outro, porque os dois têm responsabilidades iguais. Ninguém deve estar sobrecarregado com as tarefas de casa ou da família apenas por ser mulher, porque os dois são os provedores da família, responsáveis por ela e pelas suas carreiras profissionais. O que acontece em muitos casos é que não há diálogo e entende-se que a mulher tem de arcar com todas as responsabilidades da família quando também tem responsabilidades profissionais. Portanto, o que deve haver é o diálogo e a busca de entendimento e equilíbrio. Há uma forma errada de se pensar e nos tempos que vivemos não há razões para pensar desta forma por sermos seres pensantes, que evoluíram e continuamos a evoluir.
A formação académica e profissional é um aspecto que lhe preocupa por quê?
Leia o artigo completo na edição de Março, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).
“March Woman is from January to December”
We bring the profile of a woman who says she is passionate about people. Arleth Pereira Clemente was born in the province of Moxico, in the city of Luena, where she completed part of her primary education.
She has a bachelors degree in agronomy from the Instituto Agrário do Tchivinguiro (Huíla) and a Masters in Public Management, specializing in Human Resources, taken in the Republic of Namibia. She is currently completing a specialization in HR at an Ibero-American university and is the director of Human Resources (HR) at Centrooptico Angola, accumulating more than 15 years of professional experience in the area. In this interview, she spoke about the importance of human relationships, academic and professional training for young people and gender equality and parity.
Under what circumstances do you leave the East for the Center-South of the country?
I am from the province of Moxico, from the city of Luena, where I lived until I was 15 years old. Because of the conditions, which at the time were not very good for continuing my studies, my parents sent me to the provinces of Benguela and Huíla, where I have paternal and maternal relatives. I started studying in Benguela and then moved to the province of Huíla, where I studied agronomy at the Instituto Agrário do Tchivinguiro. But it wasn't what I wanted! That was when the opportunity to live abroad arose. I moved to Namibia, where I stayed for five years. It was there where I graduated in Public Management, and I discovered people management.
Is it pleasant to manage human relationships? Why?
I have been working in human resources for over 15 years, I have never worked in any other area. I like working with people, I've learned a lot from them, it's been a pleasure. If I had to do more training, I would always be linked to the human resources area, because everything that has to do with people gives me pleasure, pleasure and passion. I really enjoy helping people grow professionally. It is a vocation and I believe it has a lot to do with my mother, because she is also very devoted to human relationships.
There have been bottlenecks in family relationships where both men and women work. Is this quarrel justified?
I think it is a subject that can be analyzed and naturally resolved. If there are two beings – a woman and a man who have a family and both have professional and family responsibilities – I think that neither of them is superior to the other, because both have equal responsibilities. No one should be burdened with household or family tasks just because they are women, because both are the breadwinners for the family, responsible for it and responsible for their professional careers. What happens in many cases is that there is no dialogue and it is understood that the woman has to shoulder all the responsibilities of the family when she also has professional responsibilities. Therefore, what must exist is dialogue and the search for understanding and balance. There is a wrong way of thinking and in the times we live in there is no reason to think this way because we are thinking beings, who have evolved and continue to evolve.
Why is academic and professional training an aspect that concerns you?
Read the full article in the March issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).