As autoridades angolanas vão reformular a Merenda Escolar, tornando-a mais abrangente, saudável e adequada à cultura das comunidades, informou o Executivo.
A reformulação resulta da aprovação, nesta terça-feira, 28, em Luanda, do Programa Nacional de Alimentação Escolar pelo Conselho de Ministros, num encontro liderado pelo Presidente da República, João Lourenço.
Luísa Grilo, ministra da Educação, explicou que, com o Programa Nacional de Alimentação Escolar, a governação vai passar a distribuir “uma refeição quente, adequada à cultura” de cada comunidade.
A governante fundamentou que a medida surge da necessidade de reestruturar o programa, “fundamentalmente” porque, admitiu, a merenda escolar “não tinha os nutrientes necessários para o desenvolvimento integral” das crianças.
“Por outro lado, o programa de Merenda Escolar não abrangia todas as crianças, e nem todos os municípios. Era, portanto, um programa que acabava por discriminar a população escolar”, afirmou a governante, para quem o modelo agora pretendido vai olhar, também, para a agricultura familiar, fomentando-a.
Em reacção à anunciada reestruturação do programa, Francisco Teixeira, presidente do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), mostrou-se céptico quanto à efectivação do novo modelo de Merenda Escolar.
Para justificar o seu receio, o líder associativo recordou os vários programas anunciados pelo Governo e que “não tiveram impacto” no quotidiano dos estudantes, como a distribuição de tablets, a criação de modelo de escola de referência, a institucionalização do ensino do kimbundo e inglês e a distribuição de carteiras escolas.
“Duvido que esta nova abordagem à Merenda Escolar venha, agora, a concretizar-se. Espero que não seja mais uma medida para alguns oportunistas se enriquecerem”, atirou, em declarações à E&M, o presidente do MEA.