"As Metas e os Desafios da Produção de Cereais em Angola" é o tema da VI Conferência sobre Agricultura, a ter lugar na manhã desta quarta-feira, 21, em Luanda, numa organização da Revista Economia & Mercado.
No encontro, marcado para o hotel Epic Sana, na Baixa de Luanda, líderes associativos, agricultores, governantes e empresários dos sectores financeiro e tecnológico discutirão como fazer face à produção insuficiente de cereais no País e como garantir a segurança alimentar dos angolanos, refere uma nota da Isenta Comunicação chegada à redacção da E&M.
O documento sublinha que o milho e o arroz são, actualmente, a base da alimentação da maioria dos angolanos, mas a produção de cereais no País está muito aquém da demanda.
“Para satisfazer as necessidades do mercado nacional, Angola precisa de atingir uma produção média anual de 10 milhões de toneladas de milho, contra as três milhões de toneladas registadas na campanha 2022-2023. O repto é grande, ainda mais quando o sector é afectado por altos custos de produção, falta de apoio tecnológico e entraves burocráticos”, lê-se no comunicado.
Acrescenta que os debates contarão com a participação de múltiplas personalidades, entre as quais Maria Garção, directora do Instituto Nacional de Grãos de Angola; Wanderley Ribeiro, Presidente da Associação Agro-Pecuária de Angola ou João Salvador Quintas, PCA do Banco de Desenvolvimento de Angola.
“Para a campanha agrícola 2023/2024, o Governo estima um crescimento de 6% na produção do campo. Aliado a este objectivo, está o Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos (PLANAGRÃO), que prevê um investimento médio anual de cerca de 670 milhões de dólares para a produção de trigo, arroz, soja e milho, e cerca de 471 milhões dólares anuais para a construção e reabilitação de infra-estruturas de apoio ao sector produtivo e social”, assina a nota.
Recorda que, em 2023, o Governo anunciou que estavam criadas as condições para o seu arranque do PLANAGRÃO, mas, no final do exercício económico passado, pouco se tinha avançado, o que tem levantado questões sobre o impacto desta iniciativa na redução da dependência nacional de cereais.
"O balanço oficial da Campanha Agrícola 2022/2023 espelha ainda que o Executivo adquiriu e disponibilizou 13 mil toneladas de sementes e 31 plantas diversas, com destaque para as sementes de milho (35%) e de arroz (26%), bem como um total de 19 mil toneladas de fertilizantes. A produção de cereais destacou-se entre as fileiras mais produtivas, com 3 milhões 357 mil 136 toneladas numa área total semeada de mais de 3,2 milhões de hectares, resultando num grau de execução de 105,3%”, conclui o comunicado.
No mercado angolano há 23 anos, a Revista E&M, de periodicidade mensal e bilingue (português e inglês), é uma publicação de referência orientada para a informação económica, empresarial e financeira, mas, também, para a generalidade dos acontecimentos que mais impactam a economia e a sociedade angolana.