Passou pelo Corredor do Lobito o primeiro carregamento de cobre proveniente da República Democrática do Congo (RDC) com destino a Nova Orleães, Estados Unidos da América (EUA), sinalizando o início das operações da infra-estrutura cujo financiamento engajou o Executivo e parceiros externos.
A Lobito Atlantic Railway (LAR), concessionária dos serviços ferroviários e logísticos do Corredor do Lobito esteve a cargo da operacionalização do comboio até ao Porto do Lobito. Joe Biden, presidente dos EUA, ao lado do homólogo angolano, João Lourenço, testemunhou o envio do primeiro ‘lote’.
Gerido por um consórcio privado (Trafigura, Mota-Engil e Vecturis) que, segundo dados oficiais, se comprometeu investir 450 milhões USD nos primeiros anos, o Corredor do Lobito é um projecto de importância estratégica mundial, daí o interesse do Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
O consórcio formado pelo trio de empresas supracitadas tem concessão de 30 anos e neste período vai modernizar a infra-estrutura ferroviária, o Porto do Lobito assim como fortalecer os serviços de logística e transporte.
“O modelo de PPP alivia a carga financeira directa do governo angolano, garantindo que as empresas privadas financiem e operem a infra-estrutura enquanto compartilham os lucros”, disse Fortunato de Castro, gestor de negócios.
Segundo ainda aquele gestor de negócio, o modelo de concessão e os investimentos em modernização visam garantir que o Corredor do Lobito seja financeiramente sustentável a longo prazo, gerando receitas por meio de taxas portuárias, transporte ferroviário e logística.
No primeiro semestre de 2024, Angola e os EUA assinaram acordos de financiamento para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, no valor de 1,3 mil milhões USD. A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, representou o País e Reta-Jo Lewis o Banco de Exportação e Importação (EXIM Bank).
A União Europeia vê o Corredor do Lobito como uma infra-estrutura crucial, por isso investiu pelo menos 600 milhões de euros no projecto, considerado um dos mais ambiciosos no continente africano.
O Executivo investiu na reabilitação da linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) tendo gastado, indicam dados oficiais, pelo menos 1,9 mil milhão USD, financiados por empréstimos internacionais, incluindo da China.
Com a estabilização das operações, apurou a E&M, o Executivo espera que o Corredor do Lobito atraia novos investidores interessados em projectos associados, como zonas industriais e de desenvolvimento ao longo da linha.
O Corredor do Lobito conecta três países da África Austral (Angola, RDC e Zâmbia) através de uma linha ferroviária e infra-estruturas associadas.
Razão pela qual o presidente congolês democrata, Félix Tshisekedi, e zambiano, Hakainde Hichilema, também estiveram presentes em Benguela, durante a visita do presidente dos EUA, Joe Biden, tendo anunciado o investimento de mais 560 milhões USD para aquele projecto.