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Namibe, um diamante em bruto

José Zangui
9/6/2020
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Foto:
JA

a província do Namibe ainda é um diamante em bruto por lapidar para, entre outros desafios, combater a fome que, ano após ano, afecta vários habitantes devido, principalmente, à seca.

A província do Namibe tem a zona piscatória mais importante do país, representando 65% de toda a actividade pesqueira nacional, de acordo com o último Relatório Económico de Angola, do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola. No entanto, o sector opera ainda muito abaixo do seu potencial, segundo fontes da Economia & Mercado (E&M).

De acordo com o Relatório de Actividade do Governo Provincial, referente a 2018, foram licenciadas 480 embarcações naquele ano, tendo-se registado a captura de 65.555 toneladas de pescado diverso, sendo os municípios de Moçâmedes e do Tômbua os que mais se destacaram.

A maior parte do pescado, segundo o documento, destinou-se à congelação (39%), tendo o restante servido para consumo directo (32,7%), para farinação (26,2%) e para a salga, seca e conservas.

Todavia, em comparação com o período homólogo, a captura registou um decréscimo de 40,4% no cômputo geral. Relativamente aos empregos, o sector das pescas, em 2018, tinha registado um total de 39.479 postos de trabalho.

Segundo o presidente da Associação dos Pescadores do Namibe, Jorge Sousa, os operadores de pesca vivem muitos constrangimentos, entre os quais a falta de financiamento para a renovação das embarcações. Jorge Sousa ficou de apresentar o quadro geral do sector, na visão dos armadores, mas, até ao fecho desta edição, não voltou a responder por sobreposição de tarefas.

A E&M apurou que, ao nível da pesca artesanal, a província conta com 4.200 marinheiros que comercializam o seu produto em todo país, inclusive no Luvo, na fronteira da província do Zaire com a República Democrática do Congo.