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O clamor de aflição da Catumbela

Sebastião Vemba
30/7/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

Localizado entre os dois municípios mais importantes da província de Benguela, com um território de 814,71 Km2 que alberga mais de 200.000 habitantes, o município da Catumbela clama por mais atenção.

A área social é o ponto que requer maior realce em termos de apoio, atendendo à degradação das infra-estruturas e ao empobrecimento das populações, muitas delas residentes em zonas de risco.

Quem se desloca de Lobito (a norte de Catumbela) em direcção a Benguela (a sul), ou vice-versa, dificilmente tem a curiosidade de visitar a sede do município que dá nome a uma das pontes rodoviárias mais emblemáticas do país. À entrada da vila da Catumbela, a estrada esburacada denuncia a degradação das infra-estruturas, situação que se torna ainda mais evidente quando se percorre a rua que conduz à Administração Municipal. A poeira levantada pelos veículos tinge as paredes das residências de castanho. Ao fundo da rua, visualiza-se um amontoado de casas, nas imediações da Lagoa da Tata. Foi para lá que nos dirigimos, enquanto aguardávamos pela chegada do vice-administrador da Catumbela, Luís Gonzala.

Atraídas pela câmara fotográfica, várias crianças residentes no local juntaram-se à nossa equipa e aproveitámos para puxar conversa. Uma delas, aparentemente a mais velha do grupo, suada e ofegante devido à correria e ao sobe-e-desce do morro, apontando para um monte de areia sobre o tecto da casa onde vive com os pais, informou-nos que viveram um grande susto nos meses de Março e Abril, quando as chuvas destruíram casas e ceifaram vidas.

Na madrugada de 16 de Março, dezasseis pessoas, entre elas quatro crianças, perderam a vida na sequência da forte chuva que caiu na província de Benguela, causando um maior número de vítimas no município da Catumbela, propriamente nos bairros da Tata, Cambandi e Alto Mulumba, onde várias casas desabaram.

Leia mais na edição de Julho de 2019

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