Já exerceu actividades como coordenador de transportes, na Basketball Without Borders, um evento organizado pela NBA e a Helmarc em Luanda, e foi gestor de marca e director de Marketing e Relações Públicas em várias outras instituições empresariais e desportivas. Esteve sempre ligado às grandes provas desportivas realizadas em Angola, particularmente as promovidas pela FAB - Federação Angolana de Basquetebol. Fundador de agência de marketing desportivo MARKSPORT, LDA, hoje é o único agente angolano licenciado pela FIBAe actua na área do empreendedorismo desportivo e mentoria ao “Torneio 1 deJunho”, evento que tem como objectivo divulgar e promover a prática do basquetebol nos escalões de formação.
Qual é a receita para ser um gestor empresarial de sucesso, principalmente na área desportiva e social, no actual contexto angolano?
Acredito que é sabermos o que gostamos ou amamos fazer e especializarmo-nos e encontrarmos forma de rentabilizar o que se faz por amor. Hoje, as pessoas colocam o dinheiro à frente dos seus sonhos ou paixão e com esse comportamento inundam o mercado como desporto, um mundo muito vulnerável, onde todos sabem e opinam mas ninguém faz nada. Num país como Angola, há muita escassez de quadros formados em áreas como gestão desportiva, organização de eventos desportivos, medicina desportiva, psicologia desportiva, marketing desportivo, preparadores físicos, nutricionistas desportivos, advogados desportivos.
Quais têm sido os principais obstáculos, com base no quadro que acabou de desenhar?
Falta de profissionalismo, de liderança e de visão por parte de alguns dirigentes desportivos, assim como falta de reconhecimento e de visão por parte de responsáveis de empresas com potencial de investimento no desporto. O desporto é o único fenómeno social que tem o poder de unir diferentes raças, culturas e crenças. A política separa-nos, a religião separa-nos, as classes sociais separam-nos, mas o desporto tem o poder de colocar pessoas de diferentes raças, religiões e partidos políticos na mesma sala a torcerem por um objectivo comum: a vitória de um clube ou de uma selecção.
Como avalia o ensino do desporto em Angola?
Muito fraco. Devemos investir muito mais nas várias áreas do desporto e na formação superior. Por exemplo, em países como Brasil, Espanha ou EUA, ninguém dá aulas de educação física sem ter uma licenciatura que o habilite a exercer essa função. Contrariamente, em Angola, se tomarmos essa decisão, não teremos professores de educação física, no mínimo, durante quatro anos.
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