A expo-huíla é tida como a maior bolsa de negócios fora de Luanda, um espaço em que as empresas, em particular as da região sul, se reúnem para expor a sua produção e procurar novas oportunidades de mercado e parcerias. De acordo com PauloGaspar, “apesar das dificuldades económicas que ainda se vivem no país, já é possível visualizar uma retoma da economia, ou, pelo menos, a classe empresarial habituou-se ao cenário económico actual e está a reinventar-se dentro desse novo ‘normal’”.
“Durante os dois últimos anos a classe empresarial não deixou de reclamar da crise, mas percebeu que a mesma é conjuntural, e acabou por ter de reinventar-se, abrir novos mercados, criar novas ideias de como fazer negócios e voltar a posicionar-se. Não quer dizer que já tenhamos iniciado a recuperação económica, mas estamos a readaptar-nos a esta nova realidade”, acrescentou Paulo Gaspar, que defende a criação de regiões económicas no país, de modo a que o crescimento seja mais harmonioso. “Nós funcionamos como uma região. Temos o Porto do Namibe, os Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes, a fronteira com a Namíbia no Cunene e temos o Kuando Kubango. As maiores empresas da região estão na Huíla, mas mantêm uma relação estreita com as outras províncias e com a vizinha Namíbia”, afirmou, assegurando que há um entendimento entre as empresas da região, cuja actividade económica vai desde a agricultura à exploração de rochas ornamentais.
SegundoPaulo Gaspar, a criação de regiões económicas está em linha com a necessidade de descentralização de serviços e aproximará as províncias com objectivos de desenvolvimento económico e social comuns. Embora as províncias passem a funcionar como uma região, Paulo Gaspar encoraja o surgimento de movimentos associativos empresariais provinciais, pois esses têm uma “grande importância”na defesa da classe e na intermediação com as autoridades. Sobre o desenvolvimento da região sul, o governador da Huíla, João Marcelino Typinge, defendeu, por ocasião da abertura do certame, um maior empenho da classe empresarial, que deve desenvolver negócios nos vários sectores para diversificar a economia.Segundo o governante, “a política económica do Estado tem por objectivo o crescimento sustentado, mesmo em contexto difícil, visando o aumento em quantidade e qualidade de bens e serviços produzidos”, tendo garantido apoio aos empresários na execução dos seus projectos.
Volume de negócios abaixo das expectativas
Apesar de registar um maior número de expositores comparativamente à edição de 2017, a26a edição da Expo-Huíla assinalou uma redução de três milhões de dólares norte-americanos de volume de negócios, também em comparação com o ano passado.Em 2017, a exposição teve um volume de negócios na ordem de seis milhões USD,segundo o presidente da Associação Agro-Pecuária Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), Paulo Gaspar, em entrevista à Angop.
Noterceiro dia do evento, Paulo Gaspar explicou à Economia & Mercado que, inicialmente,se estimava para esta edição um volume de negócios de cinco milhões USD, valorque poderia duplicar no período pós-feira, considerando que vários negóciosrealizados se mantêm depois do evento.
“Ao considerarmos a actividade da banca, que está a receber depósitos, a vender serviços e a permitir a movimentação de dinheiro, e ao aliarmos a essa actividade os contactos que estão a ser feitos para compras de cereais e de frutas, pensámos que o negócio poderia andar à volta dos cinco milhões USD”, explicou Paulo Gaspar.
Leia mais na edição de Setembro de 2018.
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