Recuperado, este ano, na África do Sul, da falha técnica no sistema hidráulico, o navio de investigação ‘Baía Farta’ depara-se com um novo dilema que condiciona a sua definitiva operacionalidade: a falta de especialistas que garantam o seu funcionamento. Para colmatar esta insuficiência, o Presidente da República autorizou uma dotação de 3,5 milhões de euros (cerca de 3,8 milhões de dólares) para a contratação de uma empresa para a gestão da imponente embarcação de investigação pesqueira, soube a E&M.
No Despacho Presidencial n.º 243/24, de 21 de Outubro, que dá corpo à autorização, João Lourenço afirma que o funcionamento do navio “carece de profissionais tecnicamente especializados”, facto que “impõe a contratação de serviços para a sua gestão e manutenção”.
Referindo-se ao objecto social da embarcação adquirida por 80 milhões USD ao grupo holandês Damen, o Titular do Poder Executivo observa que o ‘Baía Farta’ surge da necessidade de a “investigação oceanográfica constituir um dos pilares” da acção do Ministério das Pescas e dos Recursos Marinhos.
Para a contratação, por ajuste directo, da empresa que se vai encarregar da gestão do navio, o Presidente da República autoriza que a titular do sector conduza, com a faculdade de subdelegar, todos os procedimentos que culminarão com a assinatura do contrato.
A revista Economia & Mercado tentou, sem sucesso, o contacto com o Ministério das Pescas e dos Recursos Marinhos a fim de apurar detalhes sobre o horizonte temporal que se pretende para o contrato e eventuais valências no quadro da formação de técnicos angolanos.