Angola figura entre os cinco países africanos que registaram maior capacidade de instalações solares fotovoltaicas no seu território durante o ano de 2024, revela um estudo a que a revista Economia & Mercado teve acesso.
Com o título ‘The Africa Solar Outlook 2025’, a pesquisa coloca Angola com uma capacidade de produção energética de fonte solar de 53,8 MWp, muito distante, entretanto, dos 1.235,3 da África do Sul, e dos 707,61% do Egipto, líderes do ‘ranking’.
Zâmbia, em 3.º lugar, com uma capacidade de 74,78 MWp, e Nigéria, na 4.ª posição (63,47 MWp), integram, igualmente, o grupo dos cinco Estados africanos que, na óptica do relatório, estão a fazer importantes progressos na transição para uma energia mais limpa e sustentável.
Em relação a Angola, o estudo da Associação Africana da Indústria Solar observa que o País volta ao ‘top 5’ ao terminar o lançamento de dois projectos energéticos solares, com capacidade cada de 27 MWp, desenvolvidos pela MCA e Sun Africa.
Os autores do documento realçam que a contribuição da energia solar no sistema eléctrico angolano é de 3,2%, sendo que, dos 38,4 milhões de habitantes, apenas 48,2% goza de serviço de electrificação.
Já a África do Sul tem o sector solar a contribuir com 6,5% no seu sistema eléctrico, e uma taxa de electrificação que cobre 94,3% dos 64,3 milhões de habitantes – só as Ilhas Maurícias e Marrocos têm 100% de cobertura.
Quanto, ainda, à electrificação, no ‘The Africa Solar Outlook 2025’, Moçambique, com uma população nos 35,1 milhões, aparece com uma taxa de 44%, longe, à semelhança de Angola, dos 78,5% da electrificação de São Tomé e Príncipe, apesar da reduzida população daquele país – apenas 237,8 mil habitantes.
Progressos aquém da ‘pedalada’ mundial
Em termos globais, o estudo sublinha que o continente africano está a fazer progressos na transição para uma energia mais limpa e sustentável, não obstante ser ainda significativa a lacuna que enfrenta em relação ao resto do mundo.
A adopção acelerada desta fonte de energia renovável e sustentável indica, salienta o relatório, que muitos países africanos estão a procurar diversificar o seu cabaz energético e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
Para a Associação Africana da Indústria Solar, trata-se de uma tendência que não só ajuda a mitigar os impactos ambientais, mas, também, melhora o acesso à electricidade em regiões mal servidas, nota a pesquisa.