O ambientalista Vladimir Russo defende que a economia angolana não está preparada para banir o plástico, considera impossível a medida, mas adianta que se pode limitar e taxar o uso.
A indústria, segundo o ambientalista, tem de verificar outras utilizações do plástico, por exemplo, a reutilização e reciclagem, muito plástico vai para os mares, de onde são recolhidos e transformados em pequenos produtos da indústria de plástico que, depois, são utilizados para fazer cadeiras, mesas, recipientes, etc.
Em relação ao grupo de trabalho para o banimento do plástico, criado em Dezembro último pelo Presidente da República, João Lourenço, o ambientalista louva a iniciativa, mas entende que o nome do grupo não está correcto, uma vez que é impossível banir o plástico.
O grupo criado deve olhar para as estratégias de redução e limitar tanto quanto antes o uso do plástico único. A taxação desse tipo de plástico pode-se reverter a favor de projectos ambientais, nomeadamente de reciclagem, reutilização de resíduos plásticos para a melhoria das condições dos catadores de lixo.
É preciso olhar para as várias alternativas para os vários tipos de plásticos e para as utilizações que existem, a fim de se poder definir melhor uma estratégia, e essas medidas poderão ser apresentadas no plano que este grupo de trabalho está a desenvolver.
O responsável pela empresa AOPACK defende que a proibição do uso de plástico não é uma medida significativa e eficaz no controlo de resíduos.
“Actualmente, não há alguém que possa, realmente, garantir um mundo sem a utilização do plástico, ele é o recurso essencial para a manutenção da vida no seu contexto actual. O plástico está em quase tudo e sempre cumpriu com o seu propósito técnico e económico, tornou a criação de diversos produtos, serviços e tecnologias possíveis”.
Acrescenta que o plástico está nos electrodomésticos, materiais hospitalares, aviões e veículos, estruturas edificadas, embalagens para alimentos, máquinas, roupas, enfim, que compõem parte importante do processo de evolução do ser humano.
“Acredito que a palavra banir é um termo inaplicável, a palavra correcta é conscientizar. A falta de informação é a principal causa para o uso e despejo inadequado do plástico. O ser humano necessita de ser conscientizado quanto à utilização adequada, à reutilização e à facilitação da reciclagem do plástico”.
Apela para a criação de políticas públicas de conscientização ambiental e o gerenciamento não somente do resíduo de plástico, mas também de outros materiais que são utilizados e descartados inadequadamente.
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